Bissau integra Rede Global de Cidades de Apredizagem da UNESCO

Lisboa, 04 dez 2025 (Lusa) – A cidade guineense de Bissau faz a partir de hoje parte da Rede Global de Cidades de Aprendizagem da UNESCO devido a projetos educativos, de sustentabilidade, saúde e inclusão, sendo a primeira cidade do país a integrar a rede.

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Bissau, capital guineense, têm integrado “a educação para o desenvolvimento sustentável através do Programa Comunitário de Educação Ambiental”, promovido “a inclusão por meio de programas de alfabetização para adultos em línguas nacionais”, como o Projeto de Alfabetização de Adultos da People-to-People Development Aid (ADPP), e “o trabalho e o empreendedorismo por meio de uma abordagem integrada focada no aprimoramento e na requalificação”.

“O futuro pertence às cidades que aprendem. As 72 novas Cidades de Aprendizagem da UNESCO anunciadas hoje estão a redefinir o que significa aprender, transformando cada rua, biblioteca, local de trabalho, museu e lar num espaço de conhecimento e inovação”, afirmou o diretor-geral da UNESCO, Khaled El-Enany, num comunicado.

Além de Bissau, as cidades brasileiras de Araguaína, no estado de Tocantins, e Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, passam também a fazer parte da rede, sendo igualmente reconhecidas pelo compromisso em tornar o direito à educação, em todas as idades, uma realidade para todos a nível local.

A cidade africana lusófona tem apostado na Escola Profissional ADPP, apoiada pela Agência Belga de Desenvolvimento, União Europeia (UE) e Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), oferecendo aos cidadãos formação em agricultura, energia solar, tecnologia da informação, construção civil e empreendedorismo. Este projeto “promove o emprego, o empreendedorismo rural e a inclusão de género, com mulheres a representarem 40% das matrículas em 2023”.

Além da escola, Bissau tem implementado, em conjunto com a Rede Nacional para a Primeira Infância da Guiné-Bissau (RENAJI) e o Fundo da Nações Unidas para a Infância (Unicef), um programa comunitário que “alcança cerca de 600 pré-escolas e 17.000 crianças”. Já o projeto Academia Sénior tem como objetivo promover o envelhecimento ativo através de uma “aprendizagem intergeracional” e participação comunitária.

De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Bissau, José Lobato, “a aprendizagem ao longo da vida é vital para o desenvolvimento” da cidade, pois “capacita a população a se adaptar às mudanças económicas e sociais”, melhorando habilidades, aumentando a empregabilidade e promovendo a inclusão.

“Espera-se que estes impactos sejam visíveis até 2030, contribuindo para uma cidade mais resiliente e sustentável, onde todos possam prosperar”, sublinhou José Lobato.

A UNESCO integrou hoje 72 novas cidades de 46 países na rede, incluindo Lisboa (Portugal), expandido para 425 cidades de 91 países.

As Cidades de Aprendizagem da UNESCO são comunidades dinâmicas onde a aprendizagem está inserida na vida quotidiana — em escolas, locais de trabalho, bibliotecas, residências e espaços públicos.

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