
Santarém, 04 mai (Lusa) — O antigo contabilista da Espírito Santo International (ESI) disse hoje em tribunal que no final de 2013 assumiu a omissão de 1,3 mil milhões de euros de dívida como sendo um “erro” para evitar a queda do Grupo Espírito Santo (GES).
Francisco Machado da Cruz, que supervisionou as contas da ESI e das ‘hodings’ não financeiras do GES a partir de 2003, começou hoje a depor enquanto testemunha no processo em que o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS), em Santarém, julga os pedidos de impugnação às contraordenações aplicadas pelo Banco de Portugal ao ex-presidente do BES, Ricardo Salgado (4 milhões de euros), e ao ex-administrador Amílcar Morais Pires (600.000 euros,) por, apesar de conhecerem a situação líquida negativa da ESI, terem permitido que fossem comercializados títulos de dívida desta instituição junto de clientes do banco.
“Não era Francisco Machado da Cruz que ia destruir o Grupo Espírito Santo”, afirmou, assegurando que assumiu o “erro” para “proteger” Ricardo Salgado, por quem tinha “muita estima”.
