BANCO CENTRAL BRASILEIRO REDUZ PARA 4,4% PROJEÇÃO DE QUEDA DO PIB EM 2020

São Paulo, 17 nov 2020 (Lusa) — O Banco Central do Brasil reduziu hoje sua projeção para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) do país de 5% para 4,4%, em 2020.

A nova estimativa foi apresentada no Relatório Trimestral de Inflação do órgão, que também revisou, desta vez para cima, a projeção sobre a inflação no país que passou de 2,1% para 4,3%.

A nova projeção ultrapassa um pouco o centro da meta da inflação estipulada 4% pelo Governo brasileiro, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

“A recuperação da economia mundial continua dependendo da evolução do covid-19 (…) O ressurgimento da pandemia em algumas das principais economias reverteu os ganhos de mobilidade e deve afetar a atividade económica no curto prazo, após a recuperação parcial ocorrida ao longo do terceiro trimestre”, defendeu o Banco Central brasileiro.

O relatório de inflação destacou que “os resultados promissores nos testes das vacinas que tendem a trazer uma melhoria na confiança e normalização da atividade a médio prazo”.

“As condições do mercado financeiro global continuam em linha com a comunicação de vários bancos centrais indicando que os estímulos monetários terão uma longa duração, o que permite um ambiente favorável às economias emergentes”, acrescentou.

As estimativas do Banco Central brasileiro estão em linha com as do mercado financeiro, que prevê retração de 4,41% no PIB brasileiro para este ano, segundo o último Boletim Focus, que reúne as projeções de uma centena de economistas e analistas consultados semanalmente pela autoridade monetária.

Para 2021, a projeção para o crescimento da economia brasileira caiu de 3,9% em setembro para 3,8%, segundo o mesmo relatório do Banco Central.

O órgão também reduziu drasticamente sua expectativa de investimento estrangeiro direto no país neste ano, dos 50 mil milhões de dólares (40,7 mil milhões de euros) projetados em setembro para 36 mil milhões de dólares (29,3 mil milhões de euros).

Se confirmado, será o menor nível de investimento internacional no Brasil desde 2009.

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