AVIÃO ABATIDO NO IRÃO: CANADÁ REJEITA INDEMNIZAÇÃO IRANIANA ÀS FAMÍLIAS AFETADAS

Foto: Wikimedia Commons
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O Irão ofereceu uma indemnização de 150 mil dólares a cada família afetada na queda de um avião abatido no ano passado na capital iraniana. O Canadá rejeitou a proposta, sob o argumento de que esse valor não pode ser decidido unilateralmente. Enquanto isso, Trudeau participou hoje num evento virtual em homenagem às vítimas, muitas delas canadianas.

Ralph Goodale, ex-ministro de Segurança Pública canadiano, rejeitou a oferta indemnizatória de 150 mil dólares do Irão como compensação a cada uma das famílias das vítimas do avião abatido com destino à Ucrânia, que incluía cidadãos canadianos.

Foi a televisão estatal iraniana que anunciou recentemente o plano do Governo do Teerão em indemnizar cada família que perdeu alguém na fatalidade.

Goodale afirma que o Irão “não tem o direito” de oferecer indemnizações uma vez que esse valor não pode ser decidido unilateralmente.

O anúncio, que apanhou o Canadá e outros países de surpresa, aparentou tentar amenizar as críticas ao Irão que se têm agravado devido à aproximação do aniversário do ataque.

O incidente aconteceu há um ano, a 8 de janeiro de 2020, quando o voo 752 da Ukraine International Airlines foi abatido pela Guarda Revolucionária do Irão, vitimizando todas as 176 pessoas a bordo.

O avião incluía 55 cidadãos canadianos, 30 residentes permanentes e ainda 53 viajantes que tinham o Canadá como destino. O voo também incluía vários estudantes iranianos, cidadãos do Reino Unido, Afeganistão, Suécia e Ucrânia.

Na quinta-feira, dia 7 de janeiro, juntamente com Goodale, o primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau participou numa reunião virtual com as famílias das vítimas. O objetivo do primeiro-ministro foi reafirmar o seu compromisso em declarar o dia 8 de janeiro como o dia nacional em memória das vítimas de desastres aéreos, além da vontade de construir um memorial.

O abate do voo 752, que partia da capital iraniana, ocorreu apenas cinco dias após a ordem de ataque com drones do presidente norte-americano Donald Trump, que matou o general Qasem Soleimani, do Exército dos Guardiões da Revolução Islâmica.

O ataque terá sido uma alegada retaliação do Irão pelo assassinato do general iraniano. As autoridades iranianas chegaram a admitir que abateram o avião por engano, achando que se tratava de um míssil norte-americano. Enquanto isso, ainda restam dúvidas sobre os detalhes exatos do ataque ao avião.