AUTOMOBILISTAS ENGORDAM O FISCO

6152 viaturas ligeiras foram vendidas em agosto deste ano em Portugal (Foto de HELENAPONCINI)
6152 viaturas ligeiras foram vendidas em agosto deste ano em Portugal (Foto de HELENAPONCINI)
6152 viaturas ligeiras foram vendidas em agosto deste ano em Portugal (Foto de HELENAPONCINI)
6152 viaturas ligeiras foram vendidas em agosto deste ano em Portugal (Foto de HELENAPONCINI)

Os condutores portugueses deram aos cofres do Estado 7,3 milhões de euros por dia em diferentes impostos ligados ao automóvel.
São 1,5 mil milhões de euros entre janeiro e julho que o setor automóvel rendeu ao Fisco, numa altura em que o mercado começa a dar sinais de recuperação. Em agosto houve uma subida de 13%, uma das maiores a nível europeu em termos homólogos. O grande encaixe para os cofres públicos resultado ISP (Imposto sobre Petrolíferos), que rendeu quase 1 192 milhões de euros. Segue-se o ISV (Imposto sobre Veículos), que permitiu uma receita acima dos 200 milhões de euros, e o IUC (Imposto Único de Circulação), que disparou para os 143,2 milhões de euros. No entanto, os números não animam os responsáveis do setor.
“Não estamos a crescer. O número sobe porque 2012 foi um ano negro. Se comparar com 2010 estes novos números representariam uma quebra de 50%”, explicou ao CM Hélder Pedro, secretário-geral da Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP). Em 2012, as vendas de ligeiros de passageiros caíram 37,8%, para as 90 792 unidades – um nível quase igual ao registado em 1985 –, e a ACAP defende que para reanimar o setor é necessário “pelo menos” o regresso da medida de incentivo ao abate. O líder da ACAP reuniu ontem com membros do Ministério da Economia, mas mesmo assim não tem garantias de que o Executivo reintroduza esta medida no Orçamento de Estado de 2014.
O registo de novas matrículas em Portugal ascendeu às 6152 unidades no mês em análise, sendo que, no acumulado dos primeiros oito meses do ano, o mercado português apresenta também um dos melhores desempenhos da União Europeia, com uma subida de 5,8%, revelou a Associação dos Construtores Automóveis Europeus. A justificar esta recuperação “estão as empresas de rent a car”, que substituíram no verão as viaturas por causa dos turistas, explica Hélder Pedro.