ÀS VOLTAS COM O MARQUÊS DE POMBAL

O Marquês de Pombal governou Portugal durante 27 anos (1750-77) e conduziu o País para a era do iluminismo.

Em sua homenagem foi inaugurado em Lisboa, em 1934, um monumento de grande envergadura. A Praça Marquês de Pombal passou a ocupar um destaque inusitado na vida da cidade. Aquele local mítico já havia sido decisivo, em 1910, para a proclamação da República.

E a importância do Marquês continuou até hoje. Benfica e Sporting transformam aquela Praça no local de eleição para as festividades. Os políticos também acorrem ao Marquês na tentativa de credibilizar os seus programas. Os sindicatos fazem ali pontos de concentração e de partida para as suas jornadas de contestação. Os monárquicos servem-se do Marquês para iniciarem o desfile da Restauração.

Todos os caminhos parecem ir dar ao Marquês. Mais recentemente, a construção do túnel do Marquês esteve envolto em grande polémica e graças à sua construção, Pedro Santana Lopes projetou-se
em Lisboa.

O Marquês volta a estar na ordem do dia, precisamente em ano de eleições autárquicas. O atual presidente, António Costa, depois de grande incerteza sobre a sua projecção à frente do Partido Socialista, acaba de ser nomeado, pelo seu partido, como o candidato à Presidência de Lisboa e, recentemente, lançou obras no Marquês, provocando alterações profundas ao que todos estavam habituados.

Em vez de uma rotunda passaram a existir duas, com o objectivo de despoluir, libertando áreas de tráfego e substituindo-as por zonas verdes. A ideia é bonita, mas a prática é diferente. Não há quem não se queixe. O Marquês perdeu fluidez e ganhou mais confusão. Criaram-se ciclovias que são perigosas. Gastou-se dinheiro e à semelhança do que aconteceu há 15 anos, nas avenidas novas, voltou-se à circulação pela esquerda, nas faixas laterais.

Mas como um gasto nunca vem só, a circulação já sofreu rectificações em pouco tempo, atestando que, afinal, a coisa não estava assim tão perfeita. Para quem vai a Lisboa, de vez em quando, ou mesmo quem lá passe com regularidade, encontra sempre alterações, para não dizer confusão.

Este ano há eleições em Lisboa. Vamos ver se o Marquês volta a ser decisivo.

A Direção