As lições da JMJ para a diáspora

Correio da Manhã Canadá

O estado laico de Portugal viveu por estes dias um regresso ao passado: país do futebol, do Fado e de Fátima.

Com este slogan dos anos 60, 70, 80 (?), Portugal encantava o mundo com as fintas de Eusébio, a voz portentosa de Amália e, claro, a força dilaceradora de Fátima nos nossos corações. Desta vez voltamos a ser falados não só porque temos o Cristiano Ronaldo, a Mariza, no fado, mas porque o Papa Francisco foi a Lisboa, mas também a…Fátima.

Mais de 1 milhão e meio de fiéis, entre os quais 5 mil jovens provenientes do Canadá, que estiveram em Portugal, foram ver alguém que arrasta mais gente do que qualquer estrela pop, rock e metal dos anos de ouro destes géneros musicais.

Francisco tem autoridade para dizer tudo o que lhe dá na gana, porque os jovens estarão sempre do lado dele, da sua fé e da sua crença. Mais de 1 milhão e meio de cidadãos fizeram do nosso país o centro do mundo, durante uma semana. Francisco foi o responsável.

O sucessor de Pedro, o líder da Igreja Católica deixou frases em Portugal como: “Na Igreja cabem todos, todos, todos”; “A inquietude é o melhor remédio contra a habituação, aquela normalidade rasteira que anestesia a alma”; “A vós, jovens, que cultivais sonhos grandes, mas frequentemente ofuscados pelo medo de não os ver realizados (…) precisamente a vós, jovens, é que Jesus diz: Não tenham medo.”; ou “O único momento em que é lícito olhar alguém de cima para baixo é para o ajudar a levantar”. Podemos
olhar para elas, enquanto imigrantes que somos, e não “ter medo” de sonhar; de mostrar “inquietude” para com os desafios que abraçamos; e, claro, de ajudar todos aqueles que chegam depois de nós e que se sentem desamparados por estarem longe de casa. Boas mensagens do Papa Francisco a reter como bem quisermos.

Sem o Papa saber, sindicatos como a LiUNA já garantem a sua contribuição para a todos, não têm medo, mostram-se inquietos pelo apoio ao próximo e estão ao lado dos que estão lá embaixo. Na semana em que o Papa esteve em Portugal, o sindicato angariou mais de 1 milhão de dólares. Dinheiro esse que vai ser doado aos doentes, organizações comunitárias e a quem realmente carece de amor.