AS ELEIÇÕES DA NOSSA TERRA

Portugal está em plena campanha eleitoral. No próximo domingo, realizam-se as eleições autárquicas para eleger os representantes de todos os concelhos e freguesias do nosso País.

Ao todo são 308 concelhos e 3091 freguesias. O número já é mais reduzido, pois quando começou esta distribuição geográfica, em 1822, eram 785 municípios e 4086 juntas de paróquia, hoje designadas juntas de freguesia. Destes 308 concelhos atuais, 115 têm menos de 10 mil habitantes, e 38 deles ainda têm menos de 5 mil habitantes.

No próximo domingo, os cidadãos eleitores vão votar e escolher quem preside às câmaras municipais, às assembleias municipais, e quem compõe os governos das câmaras (vereadores) e os parlamentos dos municípios (deputados municipais). O mesmo se passa com as freguesias, que por sua vez também têm governo e assembleia de freguesia.

Para tanto mandato tem que haver muitos candidatos políticos e que se saiba voluntários não faltam. Para cada terra, cada freguesia, movimentam-se todos os partidos políticos, mesmo aqueles que não elegem ninguém. Nestas eleições há também os grupos de cidadãos independentes que concorrem fora da esfera partidária. Todos estão perfilados em listas de efetivos e listas de suplentes. Que se saiba são quase meio milhão de candidatos que andam nas ruas a prometer, a reclamar, a exigir, a fazer barulho e alguns até só emprestaram o nome e a foto para fazer número, porque assim manda a Lei.

E é essa mesma Lei que dá cobertura a todos estes candidatos de, durante os 15 dias de campanha, dedicarem-se, exclusivamente, à causa pública e esquecerem o trabalho. Ou melhor, quem é candidato a qualquer cargo autárquico, quer na qualidade de efetivo, quer na qualidade de suplente, pode andar 15 dias entretido, com proteção legal e com direito à mentira, à promessa falsa e à acusação gratuita.

É por estas e por outras que o cidadão anónimo aposta na descrença dos políticos. E a democracia é bela demais para ser tratada desta maneira.

A Direção