A polémica em torno dos testes psicotécnicos do curso de chefes da PSP, em junho, começou mal se soube da existência de 110 notas 20 – nota máxima, embora arredondada. Mas o júri da Escola Prática de Polícia, para já, apenas apanhou seis agentes por copianço – foi intercetado um e-mail que receberam com respostas do teste. E isto pode ler-se na ata elaborada pelo júri, a que o CM teve acesso.
A ata acrescenta a abertura de processos a nível criminal e/ou disciplinar. A 10 de junho, antes de realizarem a prova, oito candidatos receberam nos e-mails particulares a seguinte mensagem anónima: “Olá a todos. Sou um vosso conhecido, mas por motivos óbvios não vou revelar quem sou. Em vez disso, dou vos um rebuçadinho de Santo António, para vocês espalharem pelos vossos amigos (chibos não) cujos contactos não tenho. Anularam os primeiros [testes], logo boquinha calada e vamos todos tirar 20 nesta m***.” E, em anexo, o e-mail tinha já as respostas a algumas perguntas que depois surgiram no exame.
A mesma pessoa que envia o e-mail é suspeita de ter publicado numa página da internet uma parte da prova psicológica. Segundo a Divisão de Psicologia, “os itens referidos no fórum são os mesmos que constam na prova psicológica, nomeadamente quanto à subprova Memória”.
“A matriz de memorização permite a resolução de todas as questões da sub prova Memória”, é referido na ata. Mas, porque só existem seis pessoas identificadas, têm chegado várias reclamações à PSP dos agentes que dizem ter tido nota 20 com mérito e dos outros que, apesar de não terem tido a nota máxima, dizem nada ter a ver com a polémica. Terão de repetir o teste. Já chegaram à Direção Nacional da PSP perto de 200 reclamações. Ainda não há data marcada para a realização de testes.