
Uíje, Angola, 29 out 2025 (Lusa) — O presidente do conselho de administração da Endiama disse hoje que Angola deverá ultrapassar a meta de produção de 14,8 milhões de quilates de diamantes este ano, mas quase quatro milhões estão armazenados devido à queda de preços.
José Ganga Júnior referiu que, eventualmente, a produção poderá chegar aos 15 milhões de quilates no ano em curso, impulsionada com a entrada em funcionamento da mina de Luele, que “veio ajudar tratando-se de uma fonte primária de kimberlitos”.
“Na generalidade, as empresas estão todas a funcionar, excetuando duas que têm problemas de rentabilidade neste momento”, disse Ganga Júnior em declarações à Lusa.
Segundo o presidente da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), “o grande calcanhar de Aquiles” neste momento é o mercado.
“Nós temos muita dificuldade em vender, os preços estão bastante baixos, neste momento temos minas com uma redução de preços superior a 50% comparativamente aos últimos dois anos, mas estamos neste momento a sobreviver”, realçou.
O responsável frisou que “o esforço é grande” para “reduzir as despesas, no sentido de conter mesmo a produção para não meter muito no mercado e ocasionar ainda maiores perdas, maiores baixas de preços”.
“Mas a gente espera que esta situação venha a ser ultrapassada”, disse José Ganga Júnior, avançando que foram já vendidos, até setembro, cerca de 10 milhões de quilates de diamantes, aguardando ainda pela sua comercialização cerca de quatro milhões de quilates, para além da produção esperada até dezembro.
Em termos de destino final dos diamantes angolanos destaca-se os Estados Unidos da América, que neste momento representa cerca de 60% da demanda mundial, passando primariamente pelo Dubai e pela Índia, para lapidação.
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