No sábado, 6 de abril, a cidade de London, Ontário, teve a honra de ser visitada pela fadista Ana Moura, que depois de uma tourné de mais de dois meses, escolheu a cidade que é conhecida por Princesa do Sudoeste do Ontário, para, e uma vez mais, finalizar a digressão atuando no fantástico “Aeolian Performing Arts Centre” e com honras de casa esgotada cerca de 250 pessoas.
Do programa constou primeiramente o jantar no Restaurante Aroma, propriedade do luso-canadiano Filipe Gomes.
Após o jantar, todos os caminhos foram dar ao “Aeolian Performing Arts Centre” que desde logo se adivinhava um grande final de noite de sábado.
No palco, aspecto curioso para a presença de instrumentos musicais que normalmente não fazem parte do “menú Fado”. Estamos a falar do órgão electrónico e bateria, ficando apenas na família-fado a guitarra portuguesa e a viola clássica. Porém, rapidamente nos foi dado a compreender, deliciar, ver e ouvir tudo isso, pela simplesmente muito elegante, contagiante, simpática e, sobretudo, com uma enorme força de execução artística como a que tem Ana Moura.
Seria muito maçador estar aqui a relembrar o trajecto artístico desta nativa de Santarém que, com os seus 34 anos de idade e dona de um enormíssimo talento, Ana Moura não necessita que lhe apliquem o estatuto de diva do Fado ou Fado-canção, pois ela vale muito mais que isso…
Cantar em inglês e português foi talvez o momento mais alto, principalmente para os cerca de 80 canadianos e entre outras etnias presentes naquela idílica sala. Nota máxima também para os músicos que individualmente presentearam a plateia e natural destaque para o jovem que namorou a guitarra portuguesa fazendo-a trinar e, por vezes, até parecia cantar tendo levado o público ao rubro. Um espetáculo de música e voz fascinante que tão cedo não será esquecido.