

Pedro Queiroz Pereira, o líder da Semapa – que está em litígio com a irmã e com o Grupo Espírito Santo (GES) por causa da alteração da estrutura acionista do grupo – aliou-se a Álvaro Sobrinho, ex-presidente executivo do BES Angola (BESA). O patrão da Portucel contratou os serviços de Ana Bruno, advogada de confiançado ex-banqueiro angolano, num momento em que o BES assume a guerra com Sobrinho e o “ataque ostensivo e sistemático” a Ricardo Salgado.
O verniz estalou após a publicação de um conjunto de notícias do jornal ‘i’, publicação detida pela ‘Newshold’ de Álvaro Sobrinho. Em carta, o BES acusa o ex-líder do BESA de promover uma estratégia de descredibilização de Ricardo Salgado e de posicionamento com o sucessor do banqueiro na liderança do BES. Segundo o ‘i’, Salgado terá sido chamado na segunda-feira ao Banco de Portugal para se explicar por ter recebido 8,5 milhões de euros, através de uma offshore, pela consultoria a um empresário do setor imobiliário.
O BES garante que essa informação é “falsa” e contra ataca: “Com esta informação, que desmentimos totalmente, o ‘i’ reforça a sua agenda principal dos últimos meses: atacar de forma ostensiva e sistemática o BES e o seu presidente executivo. Essa agenda coincide de forma perfeita, primeiro com a saída do patrão do ‘i’ de presidente da comissão executiva do banco do grupo em Angola (no final de 2012) e, agora, com a saída de presidente do conselho de administração (durante o verão)”, diz o BES no comunicado.
Na semana passada, o ‘i’ dava conta de quatro possíveis sucessores de Salgado – Amílcar Morais Pires, José Maria Ricciardi, Bernardo Espírito Santo e Álvaro Sobrinho – mas o nome do ex-líder do BESA foi o único a surgir pela primeira vez. “O ‘i’ chegou ao desplante máximo e despudorado de dar o seu patrão como candidato à liderança do Grupo BES”, ataca o BES na mesma carta.