Alegado plano contra embaixador israelita no México é invenção dos media – Irão

Cidade do México, 08 nov 2025 (Lusa) — A embaixada do Irão no México denunciou como uma “invenção mediática” o alegado plano iraniano contra a embaixadora israelita na capital mexicana, Einat Kranz-Neiger.

“A acusação de uma alegada tentativa iraniana de assassinar a embaixadora do regime israelita no México é uma invenção mediática, uma mentira descarada”, afirmou na sexta-feira a embaixada do Irão na Cidade do México.

O objetivo “é prejudicar as relações amistosas e históricas entre os dois países [México e Irão], que rejeitamos categoricamente”, acrescentou a embaixada, numa série de mensagens publicadas na rede social X.

Horas antes, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel agradeceu às autoridades mexicanas por frustrarem o que descreveu como um plano apoiado pelo Irão contra Einat Kranz-Neiger.

Um responsável das autoridades norte-americanas indicou à agência de notícias France-Presse (AFP) que o alegado plano envolvia o assassínio da diplomata.

“O plano foi frustrado e não representa, atualmente, uma ameaça”, disse à AFP o dirigente, que pediu para não ser identificado.

Segundo a mesma fonte, o plano foi delineado em 2024 pela Força Quds, o braço de operações estrangeiras da Guarda Revolucionária Islâmica, o exército ideológico do Irão.

De acordo com o portal de notícias norte-americano Axios, a tentativa de assassínio foi frustrada no verão passado.

“O Irão e o México partilham interesses idênticos. A segurança e a reputação do México são também a segurança e a reputação do Irão. Nunca trairemos a confiança que o Governo mexicano depositou em nós”, garantiu a embaixada iraniana.

“De forma alguma prejudicaremos a boa imagem dos mexicanos, nossos amigos. Consideramos trair os interesses do México como trair os nossos próprios. Respeitar as leis mexicanas é a nossa maior prioridade”, acrescentou a missão diplomática.

A embaixada declarou ainda que “a acusação de antissemitismo contra o Irão é uma grande mentira inventada pelas mentes dos líderes racistas israelitas” e sublinhou que no Irão “existem mais de 100 sinagogas, todas abertas ao público e sem necessidade de seguranças”.

Também na sexta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do México e o Ministério da Segurança e Proteção dos Cidadãos negaram ter recebido qualquer relato ou ter tido qualquer intervenção contra um alegado ataque iraniano.

Segundo Israel, o plano terá tido origem após ataques aéreos, atribuídos a Telavive, em abril de 2024, ao anexo consular da Embaixada do Irão em Damasco, na Síria, que mataram vários membros da Guarda Revolucionária Islâmica.

O Irão prometeu retaliar e lançou um ataque com mísseis e drones contra Israel.

Os serviços de informações de Israel acusaram em várias ocasiões a Força Quds de planear ataques contra alvos israelitas e judeus no estrangeiro.

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