ÁLCOOL E JUVENTUDE

No Canadá está sediado o organismo que tenta, por todos os meios, lançar alertas a nível mundial, no sentido de se diminuir o consumo de álcool. O International Development Research Centre (IDRC) preocupa-se bastante com os efeitos nefastos do excesso de consumo de álcool na população em geral, mas muito especialmente nos países mais pobres. No entanto, é nos jovens que se centram as maiores preocupações.

A idade legal para se consumir ou comprar bebidas alcoólicas varia de país para país. No Canadá, por exemplo, esse limite está nos 19 anos de idade. Nos Estados Unidos chega aos 21 anos e na Europa há muitos países que permitem a partir dos 16, embora limitado a bebidas com menos teor de álcool como cervejas e vinho. Há também países em que o consumo é completamente proibido, especialmente nos países árabes e em algumas partes da Ásia, devido a restrições impostas pela religião.

De facto, o álcool já é um problema entre a juventude, sendo mais usual o seu consumo do que outras drogas ou até mesmo o tabaco. Os jovens estão a consumir bebidas alcoólicas cada vez mais cedo. Bebem com frequência e de forma exagerada, seja por rebeldia, por problemas sociais, perda de controlo ou insucesso escolar. Tudo isto se torna perigoso uma vez que estes fatores contribuem depois para o vandalismo, a violação e outros crimes considerados violentos. Muitos jovens ainda pensam que o recurso às bebidas alcoólicas torna mais fácil a sua integração social e no grupo em que se inserem. Também beneficiam da realização de festas privadas em residências, sem controlo nem vigilância. Ao mesmo tempo, aparecem na via pública campanhas de happy hours com descontos a quem consumir álcool em determinadas horas do dia.

Tudo contribui para o exagero, apesar de a legislação ser cada vez mais apertada na generalidade dos países ocidentais. Mas é na Europa que o consumo bate todos os recordes. Segundo um relatório recente da OCDE, intitulado “Combatendo o Consumo Excessivo de Álcool – Política Económica e de Saúde Pública”, os dez maiores consumidores do mundo são europeus e Portugal ocupa precisamente a décima posição. Os três primeiros são a Estónia, a Áustria e a França. O vinho é a bebida mais consumida entre os portugueses e não podemos esquecer que foi o Douro a primeira região vinícola demarcada do mundo, no século XVIII, durante a governação do Marquês de Pombal.

Como bebemos mais vinho do que outras bebidas espirituosas, o mesmo relatório considera que os portugueses apresentam um comportamento de baixo risco. Pelo contrário, há outros países que embora bebendo menos quantidade apresentam fatores de risco elevados, associados à mortalidade e à incapacidade. Curiosamente, a China foi dos países que mais cresceu no consumo alcoólico, com registos de 100% de ano para ano. Sabe-se que quanto mais precoces são os consumos mais estragos provocam na saúde dos jovens. Por isso, o alerta nunca é demais e aqui fica o conselho à moderação, para bem de todos.

A Direção