A minha vacina é a melhor de todas

Correio da Manhã Canadá

Em pouco mais de um ano, investigadores do mundo desenvolveram vacinas contra a Covid-19. Os países, onde foram desenvolvidas as doses, exaltavam com a descoberta. Perpetuava-se um duelo titânico para se saber quem levaria o título de “a minha vacina é a melhor de todas”.

O Governo canadiano, por exemplo, deixou a russa Sputnik V fora da equação e atribuiu os lugares de topo às vacinas produzidas pela multinacional norte-americana em conjunto com a empresa alemã, a Pfizer BioNTech, assim como à vacina norte-americana Moderna. Agora, chegou a vez do laboratório britânico entrar em ação com a sua AstraZeneca. Recebeu aprovação regulatória, até porque já foram encomendadas 24 milhões de doses para o Canadá. Chegam, na quarta-feira, cerca de 500 mil.

Mas já se perguntou, caro leitor, quem leva o título de “a minha vacina é a melhor de todas”? A Pfizer/BioNTech e a Moderna têm eficácia superior a 90%. A universidade de Oxford e a AstraZeneca anunciaram, em novembro de 2020, uma eficácia de até 90% da nova vacina.
No entanto, uma análise recente descobriu que a nova vacina era 81% eficaz, num intervalo de três meses entre as duas doses administradas. Já a Agência Europeia de Medicamentos estima uma eficácia de 60%.

O transporte, as condições de conservação e armazenamento dos medicamentos são fatores muito importantes na hora da decisão. A da Pfizer exige que a vacina seja armazenada a menos 80 graus, a da Moderna pode ser guardada a 20 graus negativos. A novidade é que a AstraZeneca conserva-se no frigorífico em temperaturas entre os dois e os oito graus, durante seis meses, podendo ser mais fácil de transportar, distribuir e conservar em qualquer parte do mundo.

No entanto, a nova vacina enfrenta um inimigo difícil de derrubar: a desconfiança. Em Itália apela-se ao ministério da saúde para que ninguém tome a vacina, pois acreditam ser menos eficaz. Já 14 países europeus, por exemplo, decidiram não administrar a vacina da AstraZeneca a maiores de 65 anos. O Comité Consultivo Nacional de Imunização do Canadá também não recomenda o uso da vacina em indivíduos da mesma faixa etária. Recomendações que seguem também com a aprovação da Health Canada.

Caro leitor, alguém já pode reclamar o título de “a minha vacina é a melhor de todas”?