A décima cimeira dos países CPLP (Confederação de Países de Língua Portuguesa) decorreu na semana passada, em Díli, Timor. Como sempre, os chefes de Estado e de Governo de Portugal, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Brasil e Timor Leste reuniram e, desta vez, decidiram alargar a CPLP com a entrada da Guiné Equatorial. País africano com 650 mil habitantes e que foi no passado uma colónia espanhola. A partir deste momento, a Guiné Equatorial passou a adotar o português também como língua oficial, uma exigência desta confederação de países.
A Guiné Equatorial é rica em petróleo, mas a sua população vive demasiado carente, com fortes desigualdades, apesar do PIB per capita ser idêntico ao de Portugal. O presidente Teodoro Obiang está no poder há 35 anos e a suas práticas são famosas pelos excessivos gastos entre a França e os Estados Unidos. Agora, entrado na CPLP, assumiu o compromisso de atuar de acordo com os princípios da lusofonia e a primeira decisão foi suspender a pena de morte que ainda vigorava no País.
Mas para além deste alargamento, esta cimeira também decidiu admitir como países observadores associados da CPLP a Geórgia, Turquia, Namíbia e Japão. No caso da Namíbia e pela proximidade a Angola e Moçambique, o português já é língua de opção no sistema de ensino nacional.
Quando há 18 anos os países da lusofonia criaram esta organização, talvez muitos poucos auguravam sucesso. Agora percebe-se que a importância de cada um em companhia dos outros ganha outra dimensão. O Brasil é uma potência mundial e a maior economia do hemisfério sul. Angola e Moçambique despertaram o interesse do mundo e nesta cimeira de Díli ficou decidido trabalhar-se em conjunto na produção energética ao ponto de se ambicionar que, até 2025, a CPLP seja o quarto maior produtor de reservas de hidrocarbonetos do mundo.
Todos estão de acordo de que a CPLP é uma boa ideia e um grande projeto. Precisa é de se focar mais na economia e promover mais intervenções nesta área. Talvez com a proposta de Timor Leste para a criação de um consórcio petrolífero se comecem a dar os passos certeiros para benefício de todos.
A Direção