O Ministério Público está a investigar as causas da morte de Sílvia Rebelo, de 37 anos, e dos seus gémeos, um menino e uma menina, na Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, no passado dia 5 de agosto.
Sílvia Rebelo estava grávida de cinco meses e três semanas. No dia 29 de julho foi às urgências da MAC, onde estava a ser seguida, e acabou por ser internada pois estava a perder líquido, segundo o marido, Paulo Mila, de 33 anos.
A gravidez era de alto risco e os exames, então realizados, revelaram que um dos bebés, a menina, já estava morto. No sábado, 3 de agosto, a mulher começou a ter febre. Já no domingo foi feito um exame, que confirmou que o coração do menino batia. Porém, Sílvia continuava com febre e, na segunda-feira, 5 de agosto, o seu estado de saúde agravou-se. “Era para ter sido feita uma ecografia de manhã, mas houve um problema com o equipamento e só fizeram o exame à tarde. Foi aí que soubemos que o coração do segundo bebé também já não batia e que, afinal, as duas bolsas não tinham líquido”, relembra Paulo. O casal terá sido informado, então, de que quando Sílvia estivesse preparada o parto seria provocado.
Paulo falou com a mulher às 22h30. “Ligou-me a dizer que podia ir ter com ela pois ia para o bloco. No entanto, quando cheguei, disseram-me que não iam fazer logo o parto dado que já a tinham sedado. Aparentemente tinha ficado muito nervosa”, conta o viúvo. Sílvia começou com dificuldades em respirar e o marido pediu ajuda. “Vieram médicos e tiraram-me da sala. Trinta minutos depois chegou o INEM e, 40 minutos mais tarde, fui informado de que a minha mulher tinha falecido. Tinha tido uma paragem cardiorrespiratória”, explica Paulo Mila, que quer saber se houve negligência médica: “Não entendo como é que isto pode acontecer. Por que tiveram de chamar o INEM? Por que é que só na segunda-feira perceberam que estava a perder líquido amniótico? A Sílvia há uma semana que alertava para isso”.