O líder do NDP Tom Mulcair ainda não descartou a possibilidade de formar uma coligação política com os Liberais a seguir à eleição federal deste outono, apesar de Justin Trudeau continuar a recusar a ideia.
O deputado federal por Skeena-Bulkley Valley renovou o debate sobre o valor de uma coligação quando disse em entrevista na quarta-feira que, ainda que conquistar a maioria na eleição federal deste outono seja o objetivo do seu partido, em última análise, a prioridade número um é derrubar os Tories.
O líder Liberal Justin Trudeau rejeitou anteriormente a ideia de uma coligação NDP-Liberal, embora no início deste ano, ele tenha dito que poderia estar mais aberto à possibilidade se Tom Mulcair não estivesse no comando do partido.
Na quinta-feira, Trudeau disse que os partidos só podiam trabalhar juntos em projetos de lei.
“Há uma série de questões sobre as quais o Partido Liberal do Canadá e o NDP discordam a um nível fundamental. Assim, embora, claro, estejamos abertos a trabalhar com todos os partidos na Câmara para passar uma boa legislação e garantir que os interesses dos canadianos são salvaguardados, não haverá coligação formal com o NDP”, garantiu em Winnipeg.
Em Amherstburg, Ontário, Mulcair reiterou que a prioridade do seu partido é derrotar e substituir o governo conservador.
A última vez que a ideia de um governo de coligação foi seriamente pensada foi há sete anos, quando o NDP, os Liberais e o Bloc Quebecois se uniram para forçar a saída do governo.
Os seus esforços foram frustrados quando o governador-geral, a pedido do primeiro-ministro, prorrogou o Parlamento, efetivamente colocando-o em pausa até ao novo ano, época em que tinha havido uma mudança na liderança Liberal.
O recém-escolhido líder Liberal Michael Ignatieff, em última análise, desistiu da fusão ao apoiar – a contragosto – o orçamento conservador, poupando Harper de perder um voto de confiança e ser forçado a convocar eleições.
Os eleitores são esperados para ir às urnas em 19 de outubro, como estipulado pela lei eleitoral (data fixa) do Canadá. No entanto, nada impede que o primeiro-ministro possa pedir ao Governador Geral para dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas.