
Lichinga, Moçambique, 28 dez 2025 (Lusa) – A empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) cancelou hoje o voo com percurso pelas províncias de Niassa e Nampula, no norte do país, devido ao mau tempo que afeta Lichinga, a capital provincial de Niassa.
Numa nota, divulgada hoje, a estatal comunica aos passageiros e ao público que o voo TM190, com percurso pela província de Nampula à Lichinga, não se realizou devido ao mau tempo naquela capital provincial.
“Por este motivo, os passageiros que partiram de Maputo com destino a Lichinga tiveram de regressar à capital, tendo sido acomodados conforme o previsto para situações desta natureza, até à realização do voo no dia 30/12/2025”, refere-se no documento.
Nas outras escalas, a LAM assinala que os passageiros foram informados da impossibilidade de realização do voo, “uma vez que as condições meteorológicas ainda não são favoráveis”.
“A Companhia lamenta a situação, resultante de condições meteorológicas adversas, alheias à sua vontade, e reitera o seu compromisso de realizar voos apenas quando os padrões de segurança operacional estiverem devidamente salvaguardados”, conclui a companhia de bandeira moçambicana.
As autoridades moçambicanas ativaram hoje ações de antecipação às cheias, após alerta de ocorrência de chuvas fortes, acompanhadas de trovoadas e ventos com rajadas nos próximos dias em cinco províncias do centro e norte de Moçambique.
“Diante deste cenário, o Conselho Técnico de Gestão e Redução do Risco de Desastres ativou as ações antecipadas às cheias e recomenda a adoção das seguintes medidas: ativar os Centros Operativos de Emergência distritais e os Comités Locais de Gestão do Risco de Desastres, difundir informações de aviso através dos CLGRD, rádios comunitárias, emissoras provinciais e outros meios locais”, refere-se num comunicado do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) moçambicano, divulgado hoje.
De acordo com o documento, a decisão da ativação do mecanismo surge após a previsão da ocorrência de chuvas fortes nas províncias de Tete e Zambézia, no centro do país, e Nampula, Cabo Delgado e Niassa, no norte, “agravando a situação prevalecente de cheias e inundações nas zonas baixas das bacias hidrográficas dos rios Montepuez, Megaruma, Muaguine, Rovuma, Monapo e Licungo”.
Num aviso do Instituto Nacional de Meteorologia (Inam), também partilhado pelo INGD, as autoridades alertam para a ocorrência de chuvas em regime moderado a forte, acompanhadas de trovoadas e vento com rajada, com a precipitação a variar entre 30 e 50 milímetros em 24 horas e poderão ocorrer até segunda-feira, nas províncias de Nampula, Cabo Delgado e Niassa.
O país africano é considerado um dos mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.
O Presidente moçambicano disse, em 18 de dezembro, que pelo menos 313 pessoas morreram, 1.255 ficaram feridas e mais de 1,8 milhões foram afetadas pelos ciclones Chido, Dikeledi e Jude, que atingiram Moçambique na época chuvosa 2024-2025.
Já entre 2019 e 2023, os eventos extremos provocaram pelo menos 1.016 mortos em Moçambique, afetando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.
LCE // ACL
Lusa/Fim
