
Lisboa, 26 dez 2025 (Lusa) — Uma retrospetiva integral dedicada à cineasta Maya Deren (1917-1961) abre em janeiro a programação de 2026 da Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, acompanhada por ciclos e iniciativas sobre o património fílmico, segundo a entidade.
Herdeira do surrealismo e das vanguardas europeias das décadas de 1920 e 1930, será apresentada a totalidade da obra cinematográfica de Maya Deren, numa retrospetiva que inclui também filmes de autores que influenciaram o seu trabalho e de cineastas que dele herdaram marcas decisivas, segundo o ‘site’ da Cinemateca.
De origem ucraniana, Deren foi realizadora, coreógrafa, bailarina e escritora, integrando no seu cinema referências à dança, à antropologia e às artes performativas, num universo marcado por sonhos e movimentos corporais.
A programação dedicada à cineasta cruza filmes de Man Ray, Fernand Léger e Marcel Duchamp, assim como obras associadas a figuras como Gregory Bateson, Margaret Mead e Katherine Dunham, e estabelece pontes com cineastas influenciados pela sua obra, entre os quais Stan Brakhage e Shirley Clarke.
Intitulado “Maya Deren: No cinema posso fazer o mundo dançar”, o ciclo arranca no dia 02 de janeiro às 19:00, numa sessão que reúne quatro filmes da realizadora: “Meshes of the afternoon”, “At land”, “A study in choreography for camera” e “The private life of a cat”.
Em paralelo, a Cinemateca exibirá em janeiro filmes que celebram a projeção cinematográfica, a história do cinema e a preservação do património fílmico, nomeadamente o ciclo “Uma Cinemateca em Chamas — Histórias de Projeção e Projecionistas”, dedicado aos profissionais da projeção e à experiência coletiva do cinema.
Janeiro assinalará também o regresso da rubrica “Histórias do Cinema”, desta vez dedicada ao cineasta e artista alemão Harun Farocki, com cinco sessões-conferência conduzidas pela historiadora de cinema Christa Blümlinger, centradas na obra ensaística de Farocki e na sua reflexão crítica sobre os media e as imagens contemporâneas.
A programação inclui ainda a conclusão da retrospetiva “O Trilho do Gato — William A. Wellman”, iniciada em novembro, com a exibição de títulos marcantes do realizador norte-americano, como “Wild Boys of the Road”, “The Story of G.I. Joe”, “Battleground” e “Track of the Cat”.
Por fim, no primeiro mês do novo ano, a Cinemateca dá início às comemorações dos 30 anos do Arquivo Nacional das Imagens em Movimento (ANIM), centro de conservação, restauro, acesso e investigação das coleções fílmicas.
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