Reservas internacionais de Moçambique estagnaram em outubro

Maputo, 26 dez 2025 (Lusa) – As Reservas Internacionais Líquidas (RIL) moçambicanas estagnaram em outubro, em valores próximos de máximos do ano, de 3.937 milhões de dólares (3.340 milhões de euros), indicam dados do banco central compilados hoje pela Lusa.

Estas reservas – divisas, em moeda estrangeira, necessárias à importação de bens e serviços – tinham subido 1% durante o mês de setembro, para 3.937 milhões de dólares, tal como em outubro, após o máximo de 4.035 milhões de dólares (3.425 milhões de euros) em agosto, segundo o histórico do relatório estatístico do Banco de Moçambique.

Estas reservas tinham registado em fevereiro o valor mais baixo em cerca de um ano, recuando então para 3.593 milhões de dólares (3.050 milhões de euros). Seguiram-se seis subidas mensais consecutivas, chegando a 3.995 milhões de dólares (3.390 milhões de euros) em julho, voltando renovar máximos em agosto e cobrindo então mais de três meses das necessidades estimadas de importações bens e serviços, antes da descida, em setembro.

O governador do banco central, Rogério Zandamela, anunciou em 31 de julho que a instituição estava a adotar medidas para aumentar a fluidez no mercado cambial, tentando redistribuir o volume de divisas disponíveis para garantir as importações.

“Essas medidas não são mais nada que ajustar daqui, tirar daqui, certos recursos, pôr no outro e acompanhar melhor”, explicou o governador, em conferência de imprensa, em Maputo, no final de uma reunião do Comité de Política Monetária (CPMO).

“Perspetiva-se um aumento da fluidez no mercado cambial. Com vista a impulsionar as vendas ao público, o Banco de Moçambique reduziu recentemente os limites de retenção diária de divisas adquiridas pelos bancos. Esta medida complementa a decisão do aumento da taxa mínima de conversão de receitas de exportação, de 30% para 50%, o que implica maior disponibilidade e acesso às divisas”, acrescentou, sobre as conclusões da reunião.

Respondendo aos jornalistas, após a comunicação, tendo em conta as preocupações dos empresários com a falta de acesso a divisas, nomeadamente para garantir importações, Zandamela apontou que “havia a necessidade de ajustar certos segmentos de liquidez”.

 

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