Tóquio manifesta preocupação com aprovação por Israel de 19 novos colonatos na Cijordânia

Tóquio, 24 dez 2025 (Lusa) – O Governo japonês manifestou hoje preocupação com a aprovação em Israel de 19 novos colonatos no território palestiniano ocupado da Cisjordânia, considerados ilegais pela comunidade internacional, e pediu às autoridades israelitas que revertam a decisão.

“O Governo do Japão está profundamente preocupado com a aprovação pelo Governo de Israel da construção de onze novos colonatos e a legalização de oito postos avançados na Cisjordânia, e reitera o profundo pesar pelas contínuas atividades de assentamentos do Governo de Israel, apesar dos repetidos apelos da comunidade internacional”, afirmou em comunicado o porta-voz do ministério nipónico dos Negócios Estrangeiros, Toshihiro Kitamura.

Kitamura destacou que os colonatos israelitas na Cisjordânia ocupada violam o direito internacional e “minam a viabilidade da solução de dois Estados”.

“O Governo do Japão insta mais uma vez veementemente o Governo de Israel a reverter a sua decisão e a congelar totalmente as atividades de colonização”, acrescentou o porta-voz, que pediu às autoridades israelitas que evitem qualquer medida que possa aumentar as tensões “no quadro dos esforços internacionais para estabilizar a situação na Faixa de Gaza”.

O gabinete de segurança do Governo israelita aprovou no domingo passado o reconhecimento de 19 novos colonatos na Cisjordânia. Com a decisão, o número total de assentamentos reconhecidos durante o mandato do atual ministro das Finanças – da ultradireita israelita e ele próprio um colono, Bezalel Smotrich, também responsável pelas políticas de colonatos na Cisjordânia – sobe para 69.

Em maio passado, o exército israelita (que controla a Cisjordânia) autorizou o regresso de cidadãos israelitas às colónias de Sa-nur, Ganim e Kadim, às quais tinha proibido a entrada até então. A decisão foi tomada em retaliação ao reconhecimento formal por três países (Espanha, Noruega e Irlanda) do Estado da Palestina.

Estima-se que mais de 500.000 colonos vivam atualmente na Cisjordânia, ocupada por Israel desde a guerra de 1967, e outros 200.000 vivam em Jerusalém Oriental, uma zona da cidade ocupada e anexada por Israel.

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