
Um novo estudo da Universidade de Toronto (U of T) revela que o sono fragmentado causa danos celulares aos vasos sanguíneos do cérebro. A investigação fornece mais evidências que sugerem que a perturbação do sono predispõe o cérebro à demência.
A pesquisa, publicada numa edição da revista Brain, é a primeira a oferecer evidências celulares e moleculares de que a perturbação do sono causa danos diretos aos vasos sanguíneos e ao fluxo sanguíneo do cérebro.
Os investigadores aplicaram sensores vestíveis semelhantes a smartwatches a 600 idosos participantes da pesquisa. O objetivo foi medir o sono e utilizar novas tecnologias de sequenciamento genético para medir os níveis de pericitos no cérebro. Os participantes da pesquisa faleceram posteriormente e doaram os seus cérebros para análise.
Os investigadores referem que em alguns indivíduos a perturbação do sono pode preceder o início do comprometimento cognitivo, com evidências que sugerem uma ligação bidirecional entre a perturbação do sono e a doença de Alzheimer.
Os resultados do estudo indicam ainda que a fragmentação do sono pode ser um fator importante que leva a lesões nos vasos sanguíneos cerebrais.
O estudo sugere que focar na fragmentação do sono pode ser uma forma de melhorar a saúde vascular cerebral, enquanto focar nos pericitos pode ser um mecanismo para prevenir os efeitos prejudiciais da fragmentação do sono no fluxo sanguíneo cerebral e, consequentemente, na doença de Alzheimer e outras demências.
O estudo foi apoiado por subsídios do Instituto Nacional sobre o Envelhecimento dos Estados Unidos da América (EUA), do Conselho de Investigação em Ciências Naturais e Engenharia do Canadá, do Fundo de Doação Robert C. Borwell e da Fundação Krembil.
