Camões e UE financiam 8,5 ME para “emprego digno” no norte de Moçambique

Nampula, Moçambique, 27 nov 2025 (Lusa) — O Instituto Camões e a União Europeia disponibilizaram 8,5 milhões de euros para impulsionar o acesso ao “emprego digno” para os jovens das províncias moçambicanas de Nampula e Cabo Delgado, após “resultados positivos” na primeira fase da iniciativa.

“A iniciativa representa um sinal claro do compromisso europeu com o reforço do emprego e trabalho digno para os jovens moçambicanos e com a estabilidade socioeconómica das duas províncias”, lê-se num comunicado enviado hoje.

O montante, dos quais dois milhões financiados pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua de Portugal e 6,5 milhões de euros pela União Europeia, é destinado ao projeto “+ Emprego II”, uma iniciativa com duração de quatro anos e que visa “impulsionar o acesso a emprego digno” em Nampula e Cabo Delgado, no norte de Moçambique.

“Este ‘+ Emprego II’ é um instrumento central do apoio de Portugal, do apoio da União Europeia e dos parceiros moçambicanos ao empreendedorismo, à formação e à empregabilidade dos jovens nestas duas províncias”, afirmou hoje o embaixador português em Maputo, Jorge Monteiro, durante cerimónia de lançamento da iniciativa, em Nampula.

O diplomata português afirmou que a promoção da empregabilidade dos jovens constitui um “fator decisivo” para o desenvolvimento sustentável e inclusivo de Moçambique, assinalando os “resultados positivos” conseguidos no “+ Emprego I”.

Na primeira fase do projeto (2020-2024), que abrangeu apenas Cabo Delgado, com um orçamento de quatro milhões de euros, foram formadas 1.435 pessoas, de entre os quais, 937 jovens, 317 formadores e técnicos de emprego, 181 técnicos e dirigentes de entidades parceiras, 304 estagiários acolhidos em 39 empresas e 149 jovens que foram atribuídos pacotes de autoemprego.

“Mais de 50% dos jovens abrangidos desenvolvia no final do projeto uma atividade e tinha conseguido melhorar o seu rendimento (…). Este sucesso só foi possível graças a um fator preponderante, que é a palavra parcerias”, disse Jorge Monteiro, referindo que a formação profissional e a empregabilidade constituem, “desde há muito tempo”, áreas de foco da cooperação portuguesa e da UE em Moçambique.

No “+ Emprego II” serão aprofundadas as áreas de intervenção da primeira fase, avançou o embaixador de Portugal, apontando, entre outros, para o incremento das parcerias com o setor privado, fortalecimento do diálogo com as pequenas e médias empresas e também com o setor público do emprego moçambicano.

“E volto a insistir, o modelo de parceria com parceiros portugueses e moçambicanos será mantido e aprofundado nesta nova edição do Mais Emprego (…). A experiência e o reconhecimento profundo da realidade moçambicana, a sua aposta na formação e qualificação de recursos humanos moçambicanos constitui uma mais-valia de inigualável relevância para atingir os resultados do Mais Emprego Dois”, concluiu Jorge Monteiro.

O projeto nasce da necessidade de proporcionar aos jovens de Moçambique o acesso a oportunidades de investimento, autoemprego, sobretudo em áreas emergentes como a transição digital, os transportes e a logística, referem o Camões e a União Europeia.

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