Biólogos da Universidade Western reconstroem canto dos grilos

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Um novo estudo de boas práticas, publicado na revista Royal Society Open Science, revelou em pormenor um novo método de modelação por computador que se aproxima mais das caraterísticas físicas reais de um grilo do que as tentativas anteriores. O novo modelo consegue prever com exatidão os padrões de vibração das asas dos grilos, mesmo os de novas asas em que o modelo não se baseia.

Um grupo de biólogos da Universidade de Western, na cidade de London, em Ontário,  desenvolveu uma forma inovadora de reconstruir a forma como os grilos cantam. O modelo baseia-se na formação física das asas dos insectos que cantam, utilizando medições de amostras preservadas e modelação computacional.

Frequentemente os cientistas utilizam espécimes preservados para uma compreensão mais profunda da história evolutiva e da genética. No entanto, recriar o som de aves e mamíferos extintos ou mortos, incluindo os humanos, é complexo. Ambos comunicam através de um trato vocal, intrinsecamente controlado pelo cérebro, mas ambas as estruturas são feitas de tecido mole, que raramente fossiliza ou deixa rasto.

Os cientistas descobriram que os grilos, no entanto, cantam uma melodia diferente – literal e figurativamente. As canções dos grilos não são uma vocalização, mas são criadas por mecanismos de vibração nas suas asas anteriores. As asas duras e coriáceas funcionam como escudos protectores para os grilos, mas também abrigam microestruturas especializadas e endurecidas, necessárias para o chilrear. Mais importante ainda, o padrão de venação, ou disposição das veias, na asa anterior do grilo determina a frequência ou o tom do seu canto.