
Macau, China, 27 nov 2025 (Lusa) — O líder do Governo de Macau, Sam Hou Fai, manifestou hoje “profundo pesar” pelas vítimas do incêndio que atingiu na quarta-feira um complexo residencial na região vizinha de Hong Kong, causando pelo menos 44 mortos.
Num comunicado, o chefe do Executivo disse que “sentiu absoluta tristeza e consternação” ao ser informado do incêndio em vários edifícios no complexo Wang Fuk Court, localizado em Tai Po, nos Novos Territórios, no norte de Hong Kong.
Em nome do Governo de Macau, Sam Hou Fai “apresentou as mais sinceras condolências” e transmitiu “a sua sentida solidariedade” para com os feridos, os seus familiares, bem como os familiares das vítimas mortais.
Sam Hou Fai disse que já entrou em contacto com o homólogo de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, “sublinhando que as relações estreitas” entre as duas regiões “são como as de irmãos que sentem a mesma tristeza e compartilham o mesmo pesar”.
O Governo de Macau mostrou-se ainda disponível para prestar qualquer assistência necessária, acrescenta o comunicado.
O número de mortos no incêndio subiu para 44, incluindo um bombeiro, e 279 desaparecidos, anunciou hoje o corpo de bombeiros de Hong Kong.
No entanto, as equipas de resgate relataram posteriormente que tinham contactado vários dos desaparecidos.
Vários órgãos de comunicação social locais, citados pela agência Associated Press, noticiaram que a polícia deteve três homens por suspeita de homicídio voluntário em ligação com o incêndio.
Isto após a descoberta de materiais inflamáveis deixados durante trabalhos de manutenção que levaram o fogo a propagar-se rapidamente.
As chamas consumiram andaimes de bambu em todos os oito edifícios do bairro social, deixando vários moradores presos dentro dos apartamentos, indicou o jornal local em inglês South China Morning Post (SCMP).
As autoridades não mencionaram até ao momento as possíveis causas do incêndio no complexo construído nos anos 80 e composto por torres com perto de 30 andares e um total de 1.984 apartamentos.
Dos cerca de quatro mil residentes, mais de 900 foram acolhidos em abrigos temporários.
O incêndio continuava hoje ativo, com mais de 700 bombeiros envolvidos no combate às chamas, além de equipas de socorro e polícia.
Por volta das 09:00 (01:00 em Lisboa), apartamentos ainda estavam em chamas, segundo jornalistas da agência de notícias France-Presse, embora a intensidade do fogo tivesse diminuído significativamente nas primeiras horas da manhã.
A temperatura “está muito elevada e há pisos onde não conseguimos contactar as pessoas que ligaram a pedir ajuda, mas vamos continuar a tentar”, assegurou o vice-diretor do corpo de bombeiros, Derek Armstrong Chan.
As autoridades de Hong Kong ativaram o sinal de alarme de incêndio para o nível 5, o mais alto em vigor na cidade.
O Presidente chinês, Xi Jinping, expressou condolências pelas vítimas e pediu ao Gabinete de Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado (o executivo chinês) e ao Gabinete de Ligação de Pequim em Hong Kong que apoiem o Governo local na extinção do incêndio, indicou a televisão estatal chinesa CCTV.
A última vez que Hong Kong sofreu um incêndio de nível 5 foi em 2008, quando morreram quatro pessoas e 55 ficaram feridas num fogo que começou num bar e discoteca em Mong Kok, referiu o SCMP.
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