
Londres, 24 nov 2025 (Lusa) – A consultora britânica Oxford Economics previu hoje que o Banco Nacional de Angola continue a descer a taxa de juro que serve de referência aos empréstimos bancários, chegando aos 14% no final do próximo ano.
“Argumentámos que o corte anterior da taxa do BNA em setembro foi um pouco prematuro, dada a dinâmica da inflação do país na altura e a taxa real, que era pouco restritiva para conter as pressões sobre os preços”, lembram os analistas na nota enviada aos clientes, e a que a Lusa teve acesso, na qual sustentam agora uma visão distinta e escrevem que a taxa deverá continuar a descer até aos 14% no final de 2026.
A recente decisão do Comité de Política Monetária (CPM) de 18 de novembro, “de flexibilizar a política monetária parece mais sensata”, argumentam agora.
Os analistas lembram que “na sequência dos violentos protestos contra os preços dos combustíveis no final de julho, o governo angolano adiou os seus planos de eliminar gradualmente os subsídios aos combustíveis, atenuando, por enquanto, uma grande ameaça à estabilidade dos preços”.
A evolução dos preços em Angola está a melhorar, depois de vários trimestres seguidos de subidas devido à liberalização da taxa de câmbio e, mais recentemente, como consequência da retirada gradual dos subsídios aos combustíveis, uma das medidas defendidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como forma de ganhar espaço orçamental para apostar em programas em áreas mais prioritárias para o desenvolvimento, como a Saúde ou a Educação.
“Embora não haja informações concretas sobre quando esses cortes nos subsídios poderão ser retomados, o FMI sugeriu 2028 como uma data adequada”, aponta o departamento africano desta consultora britânica.
È esse abrandamento da subida dos preços que leva também a Oxford Economics a antever que o BNA vai manter a descida nas taxas de juro, chegando ao final do próximo ano nos 14%.
A autoridade monetária decidiu, a 18 de novembro, reduzir a taxa diretora em meio ponto percentual, de 19% para 18,5%, e baixar a taxa da facilidade permanente de cedência de liquidez de 20% para 19,5% e a taxa da facilidade permanente de absorção de liquidez de 17% para 16,5%.
A redução das taxas de juro justifica-se “pela evolução favorável dos principais indicadores macroeconómicos, com destaque para a desaceleração consistente da inflação” e pela “avaliação dos indicadores monetários que sinalizam menores pressões inflacionistas no curto prazo”, referiu o BNA num comunicado divulgado após a reunião.
O banco central destacou também, na fundamentação para a descida, a trajetória de abrandamento da inflação, que passou para 17,43% em outubro, depois dos 18,16% registados em setembro.
Para 2025, o Banco Nacional de Angola prevê uma inflação de 17%, com um desvio possível de 0,5 pontos percentuais, e para 2026 projeta uma descida para 13,5%.
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