
Maputo, 07 nov 2025 (Lusa) – A província de Maputo, sul de Moçambique, reativou 140 comités de gestão e redução do risco de desastres para mitigar o impacto das cheias previstas para a época chuvosa, anunciaram hoje as autoridades locais.
“A previsão hidrológica indica a probabilidade de ocorrência de risco moderado de cheias na bacia hidrográfica de Maputo, Umbeluzi e Incomati, risco moderado a alto na bacia hidrográfica de Maputo, no período de outubro, novembro e dezembro”, disse o porta-voz do Governo da província de Maputo, Ludgero Gemo.
De acordo com as autoridades da província de Maputo, para a segunda fase da época chuvosa — entre janeiro, fevereiro e março — há, também, probabilidade de ocorrência de risco moderado de cheias nas bacias hidrográficas de Ncomati, Umbeluzi e Maputo.
Desta forma, explicou, foram reativados 140 comités de gestão e redução de riscos de desastres, os quais coordenam ações de prevenção, mitigação e resposta a emergências, além de coordenar a reconstrução pós-desastre e fortalecer programas de resiliência. Estes comités podem ainda reunir voluntários da comunidade para identificar perigos, desenvolver planos de ação para prevenir, mitigar e preparar as populações ou apoiar os afetados.
As previsões do plano de contingência para a época chuvosa 2025/2026 em Moçambique apontam que as chuvas poderão afetar 1,2 milhões de pessoas, e para responder à situação o Governo precisa de 14 mil milhões meticais (190 milhões de euros), dos quais até outubro só tinha menos da metade.
A época das chuvas em Moçambique começou em outubro e prolonga-se até abril, tendo aquele órgão aprovado hoje o plano de contingência, que admite três cenários, podendo afetar de menos de um milhão a quatro milhões de moçambicanos.
Em 12 de setembro, as autoridades alertaram para cheias de “grande magnitude” no país e inundações em pelo menos quatro milhões de hectares agrícolas durante a época das chuvas.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais.
Só entre dezembro e março passados, na última época das chuvas, Moçambique foi atingido por três ciclones, incluindo o Chido, o primeiro e mais grave, no final de 2024, com registo de quase 200 mortos.
O número de ciclones que atingem o país “vem aumentando na última década”, assim como a intensidade dos ventos, alerta-se no relatório do Estado do Clima em Moçambique 2024, do Instituto de Meteorologia de Moçambique, divulgado em março.
Os fenómenos meteorológicos extremos provocaram pelo menos 1.016 mortos em Moçambique, entre 2019 e 2023, afetando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.
SYCO (PVJ) // JMC
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