Quelimane, Moçambique, 05 nov 2025 (Lusa) — Transportadores de passageiros moçambicanos bloquearam hoje por mais de três horas a principal via de acesso ao distrito de Nicoadala, província da Zambézia, contestando o alegado excesso de postos de fiscalização.
As longas filas de autocarros caracterizaram durante a manhã o ambiente na zona, com a contestação também de populares naquele troço da estrada Nacional 10 (N10) que liga a Quelimane, capital daquela província no centro de Moçambique, enquanto centenas de passageiros optavam por caminhar para concluírem a viagem, conforme imagens da comunicação social local.
Em causa está o alegado excesso de postos de fiscalização, juntamente com supostas cobranças ilícitas feitas pelos agentes de trânsito num troço de cerca de sete quilómetros daquela via de acesso a outros distritos, a partir de Nicoadala.
A via ficou interdita por mais de três horas, enquanto decorriam contactos entre os motoristas destes transportes de passageiros e a polícia, com vista a garantir o retorno à normalidade.
Elementos da Polícia da República de Moçambique acabaram por garantir o consenso com a promessa de uma reunião posterior, para discutir as preocupações dos condutores dos transportes, que depois desmobilizaram, igualmente com a garantia de desativação de alguns postos de fiscalização desnecessários.
Os índices de acidentes rodoviários em Moçambique são classificados como dramáticos, com as autoridades a apontarem o excesso de velocidade e a condução sob efeito de álcool como as principais causas.
Pelo menos 575 pessoas morreram em acidentes de viação entre janeiro e agosto em Moçambique, um aumento de 14% comparado ao mesmo período de 2024, avançou antes o Governo, admitindo “desafios críticos” na segurança rodoviária.
O Governo moçambicano anunciou em setembro o estabelecimento de pontos de descanso obrigatórios para condutores a cada 300 quilómetros e o revezamento de motoristas de longo curso como parte das medidas para travar os acidentes de viação no país.
VIYS // ANP
Lusa/Fim