Gizé, Egito, 05 nov 2025 (Lusa) — O português Alexandre Farto, que assina Vhils, é um dos dez artistas, de vários países, que integram a exposição “Forever is Now”, a ser inaugurada este mês nas Pirâmides do Egito e área circundante.
A mostra, que cumpre este ano a 5.ª edição, estará patente entre 11 de novembro e 06 de dezembro, de acordo com informação disponível no ‘site’ oficial da Art D’Égypte, empresa que organiza a exposição, fundada pela curadora franco-egípcia Nadine Abdel Ghaffar “com o objetivo de apoiar iniciativas artísticas e culturais egípcias”.
A exposição inclui trabalhos de “dez artistas internacionais renome”, entre os quais Vhils. Além do artista português, participam em “Forever is Now”: a brasileira Ana Ferrari, o italiano Michelangelo Pistoletto, a dupla franco-russa Recicle Group (Andrey Blokhin e Georgy Kuznetsov), o turco Mert Ege Köse, a egípcia Salha El Masry, o libanês Nadim Karam, o franco-beninês King Houndekpinkou, o sul-coreano J.Park e a norte-americana Alex Proba com a SolidNature, do neerlandês David Mahyari.
Para esta exposição, Alexandre Farto criou uma obra com portas recolhidas nas ruas do Cairo, “transformando objetos do quotidiano num monumento temporário”.
“Colocadas no deserto, as portas perdem a sua função literal e tornam-se portais entre passado e presente, representando memórias individuais e aludindo a histórias coletivas construídas ao longo de gerações e civilizações”, lê-se no texto de apresentação da obra do artista português.
Nas portas, Vhils esculpiu retratos, mas também padrões, que evocam trabalho artesanal.
“O contraste com a permanência e monumentalidade das pirâmides egípcias realça a natureza efémera deste monumento contemporâneo, construído não para os faraós, mas para as vidas e histórias anónimas daqueles que moldaram esta terra, para aqueles que aqui viveram, que trabalharam na construção destas histórias, e para aqueles que continuam a passar por ela hoje”, lê-se ainda no texto.
Nascido em 1987, Alexandre Farto cresceu no Seixal, onde começou por pintar paredes e comboios com ‘graffiti’, aos 13 anos, antes de rumar a Londres, para estudar Belas Artes, na Central Saint Martins.
Captou a atenção a ‘escavar’ muros com retratos, um trabalho que tem sido reconhecido a nível nacional e internacional, e que já levou o artista a vários cantos do mundo.
Além de várias criações em Portugal, Alexandre Farto tem trabalhos em países e territórios como Tailândia, Malásia, Hong Kong, Itália, Estados Unidos, Ucrânia e Brasil, alguns dos quais envolvendo comunidades locais.
Está representado em várias coleções de arte públicas e privadas.
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