Artista chinês Ai Weiwei vai ser convidado da bienal de arte têxtil Contextile em 2026

Guimarães, Braga, 30 out 2025 (Lusa) — O chinês Ai Weiwei vai ser o artista convidado da oitava edição da Bienal de Arte Têxtil Contextile, que acontece entre setembro e novembro do próximo ano em Guimarães, anunciou hoje a organização.

Ai Weiwei vai criar “obras inéditas que serão apresentadas em vários espaços da cidade, refletindo o conceito temático da bienal”, de acordo com a organização, em comunicado enviado à Lusa.

A Contextile do próximo ano, que vai ter como tema “Por um Fio”, propõe “uma reflexão sobre os tempos atuais — marcados por crises ambientais, sociais e económicas — e convoca a arte como uma ferramenta de resistência, cuidado e construção de novos futuros”.

A bienal vai ter exposições, residências artísticas, oficinas, performances, encontros e conversas, procurando envolver “não só artistas e profissionais da cultura, mas também o público em geral, as comunidades locais e os visitantes”.

Agora residente em Montemor-o-Novo, Ai Weiwei nasceu em 1957, em Pequim, trabalha, há décadas, sobretudo na área do documentário e artes visuais, mantendo uma postura crítica sobre a China em questões de direitos humanos, mas também em outros lugares onde existem refugiados ou perseguidos por questões políticas.

Em 2011, o artista, que fez parte da equipa que desenhou o estádio Ninho de Pássaro, em Pequim, esteve preso durante 81 dias, na China, sem acusação, apenas com alegações de crimes económicos, e, depois de libertado, passaram-se quatro anos até ser autorizado a sair do país.

“A razão pela qual eu faço o esforço é porque penso que devemos respeitar a vida. Todas as vidas. Todas as vidas foram criadas iguais por algumas forças desconhecidas. Todas têm potencial, sonhos, e todos esses sonhos podem ser desfeitos por causa de alguma loucura ou situação selvagem. Respeitar a vida é o objetivo. E nunca esquecer. Isso significa que vimos de um caminho longo, de gerações de pessoas, que fizeram um esforço para chegar até nós hoje. E nós também temos de fazer o esforço pela próxima geração. Exigir certos valores, estabelecer certos valores, dizer ‘não podes tocar nisso, é o mais precioso'”, disse o artista, em entrevista à Lusa em 2021, quando expôs em Serralves, no Porto.

Desde então já expôs em Lisboa e recebeu um doutoramento ‘honoris causa’ da Universidade de Évora.

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