Portugal leva arte contemporânea a Xangai com exposição na Fundação Fosun

Xangai, China, 30 out 2025 (Lusa) — A Coleção de Arte Contemporânea do Estado inaugura em novembro, na Fundação Fosun, em Xangai, a primeira exposição fora da Europa, integrando a Semana Internacional de Comércio de Arte da metrópole chinesa.

Intitulada Paisagem Instável / Unstable Landscape, a exposição reúne obras da Coleção de Arte Contemporânea do Estado (CACE) e da Coleção Millennium bcp. A inauguração está marcada para 07 de novembro e a mostra estará patente até 14 de dezembro.

Com curadoria de Sandra Vieira Jürgens, a mostra assinala a estreia internacional da CACE fora do espaço europeu e resulta de uma parceria entre a Museus e Monumentos de Portugal, o Consulado-Geral de Portugal em Xangai / Camões — Instituto da Cooperação e da Língua, a Fundação Millennium bcp, o Turismo de Portugal e a Fidelidade Seguros.

Segundo a organização, Unstable Landscape propõe “uma reflexão sobre o modo como os artistas portugueses têm reinterpretado o conceito de paisagem ao longo das últimas décadas”, através de desenho, pintura, escultura e fotografia, articulando “abordagens poéticas, políticas e materiais”.

A seleção inclui obras de artistas como Paula Rego (1935-2022), Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), Júlio Pomar (1926-2018), Lourdes Castro (1930-2022), Jorge Pinheiro, Ângelo de Sousa (1938-2011), Carlos Bunga, Joana Escoval, Catarina Leitão, Daniela Ângelo e Tito Mouraz.

Em destaque, a obra “Porto” (1962), de Vieira da Silva, cedida pela Coleção Millennium bcp, assinala os 30 anos de geminação entre as cidades do Porto e Xangai.

Segundo a curadoria, a composição “fragmentada e luminosa” da artista reinterpreta a geografia urbana como “um labirinto sensível”, ecoando o espírito da exposição.

Apresentada no âmbito da sétima edição da Shanghai International Art Trade Week, a mostra visa reforçar a presença internacional da arte contemporânea portuguesa e o diálogo cultural com a China, contribuindo para a projeção de Portugal como parceiro nas redes culturais globais.

A iniciativa insere-se no programa de internacionalização da CACE, que tem vindo a promover exposições em Madrid, Berlim, Roma e agora Xangai, aproximando coleções públicas e privadas, e revelando continuidades e ruturas na produção artística portuguesa desde a segunda metade do século XX até à atualidade.

A CACE é uma coleção pública portuguesa que reúne obras de arte contemporânea adquiridas pelo Estado com o objetivo de apoiar os artistas nacionais, preservar o património artístico contemporâneo e promovê-lo junto do público, tanto em Portugal como no estrangeiro.

 

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