Von der Leyen denuncia “ameaças híbridas” da Bielorrússia na Lituânia

Bruxelas, 28 out 2025 (Lusa) — A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, denunciou hoje “ameaças híbridas” da Bielorrússia na Lituânia após a deteção de balões no espaço aéreo do país báltico, prometendo rapidez em iniciativas europeias de defesa.

“A Europa manifesta a sua total solidariedade para com a Lituânia face às incursões persistentes de balões de contrabando de hélio no seu espaço aéreo. Trata-se de uma desestabilização, trata-se de uma provocação e chamamos-lhe pelo nome: uma ameaça híbrida”, escreveu Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X.

“Não a toleraremos. Esta é mais uma razão para acelerar as nossas iniciativas emblemáticas”, adiantou a líder do executivo comunitário, numa alusão ao projeto que a União Europeia (UE) quer implementar para criação um ‘muro contra drones’, um sistema aéreo de defesa para impedir incursões.

Também através do X, na segunda-feira à noite, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, manifestou “total solidariedade com o povo da Lituânia face às ações persistentes e provocatórias da Bielorrússia contra a UE e os seus Estados-membros”.

“Estas atividades híbridas têm de cessar e a Bielorrússia tem de impedir novos incidentes. A UE continuará a exercer pressão sobre o regime pela sua cumplicidade na guerra da Rússia contra a Ucrânia e apoiará a proteção da fronteira oriental da UE”, adiantou o antigo primeiro-ministro português.

No domingo, a Lituânia fechou a fronteira com a Bielorrússia depois de o aeroporto internacional de Vílnius, capital lituana, ter deixado de operar hoje pela terceira noite consecutiva, após a deteção de balões no espaço aéreo do país báltico.

A decisão de fechar a fronteira com a Bielorrússia foi tomada pouco depois de o aeroporto de Vilnius ter anunciado perto das 20:00 de domungo que suspendia todas as operações de voo devido a balões meteorológicos, supostamente utilizados para o contrabando de cigarros, que voavam em direção ao espaço aéreo lituano a partir da Bielorrússia.

O Executivo lituano e o exército do país báltico debateram a possibilidade de abater os balões que transportam material contrabandeado, mas prevaleceu a opinião de que tais ações acarretariam o risco de causar danos a pessoas e propriedades em terra, devido à queda de cargas de grande altura.

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