Moçambique quer reduzir taxa de analfabetismo para 23% até 2029

Maputo, 09 out 2025 (Lusa) – Moçambique quer reduzir a taxa de analfabetismo para 23% até 2029, que atualmente chega a metade nas mulheres, adaptando os currículos às novas dinâmicas tecnológicas e expandido modalidades de educação formal e informal, anunciou hoje o Governo.

A ministra da Educação e Cultura moçambicana, Samaria Tovela, citada hoje numa nota daquele ministério, refere que o sucesso da alfabetização no país depende de uma ação “coordenada, sustentável e inclusiva”, que chegue, efetivamente, às comunidades mais vulneráveis, contribuindo para a “justiça social e desenvolvimento sustentável”.

Apesar do progresso registado na educação nacional, a governante reconheceu, contudo, que 49,4% das mulheres continuam analfabetas no país, havendo a necessidade de “intensificar” ações no domínio da educação de jovens e adultos, sendo que, globalmente, a taxa de analfabetismo no país ronda os 38%.

“O Ministério da Educação e Cultura reafirma o seu compromisso com a promoção da alfabetização em Moçambique, estabelecendo como meta a redução da taxa de analfabetismo para 23% até 2029”, refere-se no documento.

Para responder ao desafio, o ministério assinala a implementação do Plano de Ação para Aceleração da Alfabetização de Jovens e Adultos, para aumentar a participação de adultos, com especial atenção às mulheres, raparigas e pessoas com necessidades educativas especiais.

O plano prevê igualmente desenvolver programas integrados de literacia e geração de rendimentos, expandir modalidades de educação formal e informal, tanto em sistemas monolingue como bilingue.

Inclui ainda a adaptação dos currículos às novas dinâmicas tecnológicas e contextos locais, o estabelecimento de parcerias estratégicas para diversificação das fontes de financiamento, o reforço dos mecanismos de gestão, monitoria e avaliação e o investimento na formação e capacitação de professores e alfabetizadores.

O Presidente moçambicano anunciou, em junho, que a taxa de analfabetismo reduziu de 93%, em 1975 (ano da independência nacional), para 38% em 2024, alertando que a pobreza e o desemprego juvenil são ainda “obstáculos” ao desenvolvimento inclusivo.

“Com a independência, reduzimos o elevado índice de analfabetismo de 93% em 1975 para 38% em 2024. Embora ainda seja um desafio a sua eliminação, sobretudo nas mulheres, por isso continuamos a trabalhar”, declarou Daniel Chapo.

De acordo com o chefe de Estado, no mesmo período, Moçambique expandiu o ensino a todos os níveis, “incluindo o ensino técnico e superior”, de três institutos de ensino médio e uma universiade em 1975 para 245 institutos e cerca de 60 instituições de ensino superior em todas as províncias em 2024.

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