Pelo menos 884 mortos e mais de 1.100 feridos em inundações no Paquistão

Islamabade, 04 set 2025 (Lusa) — Pelo menos 884 pessoas morreram e mais de 1.100 ficaram feridas nas inundações causadas pelas chuvas de monções que caem desde o final de junho no Paquistão, disseram hoje as autoridades locais.

A província de Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste do país, registou o maior número de mortes, com 489 vítimas mortais, de acordo com os dados mais recentes da Autoridade de Gestão de Desastres (NDMA) paquistanesa, citados pela agência de notícias EFE.

No entanto, nos últimos dias, o foco do desastre mudou para a província do Punjab, na fronteira com a Índia, onde já foram registadas 223 mortes.

Cerca de 300 mil pessoas foram retiradas nas últimas 48 horas de áreas atingidas pelas inundações na província de Punjab, na sequência dos últimos alertas de cheias na Índia, de acordo com a agência de notícias Associated Press (AP).

As cheias atingiram dezenas de aldeias no distrito de Muzaffargarh, depois de inundarem Narowal e Sialkot, ambas junto à fronteira com a Índia.

Esta retirada eleva o número total de deslocados para 1,3 milhões desde o mês passado, referiu a AP.

O Departamento de Meteorologia do Paquistão mantém o nível de alerta de cheias para os rios Chenab, Ravi e Sutlej, que atravessam o Punjab, zona agrícola e industrial densamente povoada, enquanto outras partes do leste permanecem também com um nível de alerta “muito alto ou extremamente alto”.

Até ao momento, mais de 3,3 milhões de pessoas em 33.000 aldeias da província foram afetadas. Os danos ainda estão a ser avaliados e todos aqueles que perderam casas e plantações serão indemnizados pelo governo do Punjab, província com mais de 30 milhões de habitantes.

Em plena situação emergência, o Governo paquistanês acusou a Índia de agravar a crise ao libertar água de várias barragens, provocando um aumento repentino do caudal de rios partilhados, o que resultou em inundações nas áreas urbanas e agrícolas paquistanesas.

Os aluimentos de terra e as inundações também mataram pelo menos 29 pessoas no estado indiano do Punjab, também com mais de 30 milhões de habitantes.

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