Razões da demissão foram necessidade de renovação e reestruturação da RTP

Lisboa, 16 jul 2025 (Lusa) – O jornalista António José Teixeira afirmou hoje que as razões da sua demissão do cargo de diretor de informação da televisão da RTP foram aquelas que lhe foram comunicadas pela administração, da necessidade de renovação.

O responsável falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, na sequência de um requerimento do PS, depois de ter sido demitido do cargo pelo Conselho de Administração (CA) da RTP, em junho.

“As razões da demissão são aquelas que me foram comunicadas”, disse António José Teixeira, que por mais de uma vez disse que tinham sido a “necessidade de renovação” e “reestruturação”, ao longo de cerca de uma hora de audição.

“Não posso vir aqui especular sobre elas [as razões da demissão], (…) deixo isso para quem tenha mais condições” para responder sobre o tema, prosseguiu.

António José Teixeira, que disse já ter sido ouvido pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) devido à sua exoneração, afirmou que a decisão do Conselho de Administração é legítima e que os “mandatos não são eternos”.

Sobre se as formalidades foram ou não respeitadas, “obviamente que há mecanismos que devem ser observados nesta matéria e julgo que elas estão a ser tomadas nesta matéria”, salientou, referindo que a administração já terá contactado o Conselho de Redação (CR), depois de a ERC ter instado o CA a cumprir procedimentos.

“A reestruturação da RTP que foi anunciada ultrapassa a direção de informação”, referiu o diretor de informação exonerado, quando questionado sobre o tema.

Salientou ainda o modelo de governação que a RTP tem, o Conselho Geral Independente (CGI), criado pelo então ministro da tutela Miguel Poiares Maduro para garantir a independência do grupo de media público.

“Deu condições de autonomia relevantes para empresa, tive e tenho beneficiado dessa autonomia e dessa liberdade que beneficia o nosso trabalho da RTP deixando-a protegida de tentativas de interferência”, sublinhou.

António José Teixeira também afastou qualquer interferência direta de membros do governo atuais ou anteriores.

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