
Múrcia, Espanha, 15 jul 2025 (Lusa) — A polícia espanhola impediu a manifestação marcada para as 20:00 de hoje (19:00 em Lisboa) em frente à câmara de Torre Pacheco, para evitar distúrbios devido à presença de extremistas na cidade da região de Múrcia.
De acordo com fontes da região ligadas ao processo citadas pela agência Efe, os polícias estão a pedir aos presentes que abandonem o local, onde se concentraram dezenas de pessoas sob o lema “Só o povo salva o povo”.
Esta atuação das forças policiais no localidade do sudeste de Espanha é permitida pela lei de segurança para casos de especial relevância.
O protesto, organizado nas redes sociais, aumentou hoje a presença de agentes da Guarda Civil, com mais de 100 membros de grupos especiais, em antecipação de mais uma noite de distúrbios.
Postos de controlo mistos da Guarda Civil e da polícia local estão a controlar os dois acessos a Torre Pacheco, passando por Los Alcázares e Cartagena, para identificar todos os condutores e impedir a entrada de armas ou objetos que possam ser utilizados em potenciais distúrbios.
Segundo as mesmas fontes, não ocorreram hoje incidentes significativos e não foram efetuadas novas detenções.
As forças de segurança espanholas já tinham divulgado hoje que o número de em Torre Pacheco, na sequência de distúrbios desencadeados por mobilizações contra imigrantes subiu para 13, após mais três detenções na última madrugada.
A situação em Torre Pacheco está “absolutamente calma”, segundo as fontes citadas pela Efe, embora tenham ocorrido alguns ataques verbais e momentos de tensão, quando um repórter da TVE foi vaiado pelos manifestantes.
Os distúrbios e os confrontos entre grupos alegadamente de extrema-direita e residentes em Torre Pacheco, onde 30% da população de 40 mil pessoas é imigrante ou de origem estrangeira, ocorreram nas últimas quatro noites e surgiram após um homem de 68 anos da localidade ter sido agredido por jovens sem razão aparente, segundo contou a própria vítima, na quinta-feira passada, a meios de comunicação social.
Segundo as autoridades, três dos 13 detidos nos últimos dias estão relacionados com esta agressão e os restantes são suspeitas de crimes de ódio, agressões e desordem pública.
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