Guterres condena novos ataques dos Huthis no Mar Vermelho

Nações Unidas, Nova Iorque, 11 jul 2025 (Lusa) – O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou hoje os novos ataques dos rebeldes huthis contra embarcações civis no mar Vermelho, avaliando tratar-se de uma perigosa escalada no conflito.

“O secretário-geral condena veementemente o retomar dos ataques huthis contra embarcações civis que transitam pelo mar Vermelho, especialmente os ataques que ocorreram entre 06 e 08 de julho”, afirmou o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, num ‘briefing’ à imprensa.

Guterres considerou o naufrágio do MV Magic Seas e do MV Eternity C, dois navios mercantes afundados esta semana no mar Vermelho por mísseis, juntamente com as mortes de pelo menos quatro tripulantes, “uma perigosa escalada nesta hidrovia crítica”.

Num momento em que “pelo menos 15 tripulantes continuam desaparecidos”, o secretário-geral pediu aos rebeldes do Iémen que não tomem qualquer ação que impeça as operações de busca e salvamento dessas pessoas.

“Além de serem um ataque inaceitável à segurança dos marinheiros, estes atos violam também a liberdade de navegação, causam riscos para o transporte marítimo e representam um sério risco de danos ambientais, económicos e humanitários significativos para um ambiente costeiro já vulnerável”, observou Guterres.

Para o líder dos rebeldes, o naufrágio dos dois navios é uma “lição clara” para as companhias marítimas que transportam mercadorias para Israel.

“O que aconteceu é uma lição clara para todas as empresas de transporte marítimo que operam ao serviço do inimigo israelita e que serão tratadas com este nível de firmeza”, afirmou Abdulmalik al-Huthi, no discurso semanal transmitido pela televisão.

“Nenhuma empresa que transporte mercadorias para o inimigo israelita através da zona declarada de operações poderá continuar”, acrescentou o líder dos rebeldes iemenitas, apoiados pelo Irão.

Os ataques representaram uma escalada significativa nas operações navais dos huthis e destacaram a crescente capacidade de perturbar a atividade marítima numa das vias navegáveis mais importantes do mundo.

 

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