
Maputo, 11 jul 2025 (Lusa) – O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, disse hoje que quer que o Banco de Desenvolvimento, ainda em formação, tenha uma linha para financiar iniciativas de negócios de funcionários públicos, que reclamam de altas taxas de juros nos bancos comerciais.
“Vai ser um banco do Estado, que vai fazer investimentos de grande vulto para desenvolvimento do país, mas também estamos a pensar que este banco pode ter um braço comercial que possa realmente ajudar aos nossos funcionários públicos”, disse Daniel Chapo durante uma reunião com funcionários públicos, na província de Maputo.
O chefe de Estado respondia a uma pergunta de um funcionário do Estado sobre estratégias do Governo para aliviar as altas taxas de juros dos bancos comerciais, incluindo a inclusão deste grupo no acesso a fundos disponibilizados para apoiar iniciativas empreendedoras do setor privado.
“É uma ideia que está na forja”, garantiu o Presidente de Moçambique, referindo-se à inclusão, neste futuro banco estatal, ainda em formação, de uma linha para financiar iniciativas de funcionários públicos.
“Estamos neste momento a discutir exatamente para aliviar esta questão dos funcionários públicos praticamente estarem a trabalhar para os bancos comerciais e os juros são bastante caros”, acrescentou Daniel Chapo.
Na mesma intervenção, o Presidente de Moçambique apelou aos funcionários públicos para fazerem empréstimos nos bancos comerciais para investimentos: “tem que se ir buscar dinheiro para multiplicar, para fazer negócio que lhe possa permitir pagar taxas de juros que estão caros realmente”.
No seu discurso de tomada de posse como quinto Presidente de Moçambique, em 15 de janeiro, Daniel Chapo anunciou a criação de um Banco de Desenvolvimento de Moçambique, entre um amplo conjunto de medidas para revitalizar a economia e apoiar a população.
“Vamos criar o Banco de Desenvolvimento de Moçambique para desenvolver infraestruturas, financiar e melhor impulsionar projetos estratégicos para o progresso do nosso país. Com os recursos gerados pelos ativos do gás, vamos capitalizar esse banco e investir de imediato em projetos que transformem a vida dos moçambicanos”, disse, naquela data, o Presidente de Moçambique.
A criação deste banco, um tipo de instituição financeira comum em vários países em desenvolvimento, é uma das muitas medidas apresentadas por Daniel Chapo no plano económico, incluindo a criação de uma agência centralizada de compras públicas, a digitalização dos processos de contratação pública, a criação de uma Caixa Económica para financiar iniciativas locais e expandir a atividade das Pequenas e Médias Empresas (PME) e o lançamento de um Fundo de Desenvolvimento Económico e Social “para melhorar o emprego nas áreas urbanas”.
O Governo moçambicano anunciou em 21 de fevereiro a alocação de cerca de 15 milhões de euros ao Fundo para o Financiamento do Desenvolvimento Económico Local (FDEL) para financiar iniciativas de jovens.
O regulamento do fundo prevê como “fontes de financiamento”, além do Orçamento do Estado e de entidades públicas, “reembolsos dos empréstimos concedidos e respetivos juros”, parceiros de cooperação, “valores disponibilizados por instituições filantrópicas” ou “no âmbito da responsabilidade social por projetos de grande dimensão e empresas”, entre outras.
O documento, de 05 de março, aprovado em conselho de ministros, prevê que cada distrito ou autarquia do país “dedicará pelo menos 60% dos recursos do FDEL para o financiamento de iniciativas individuais ou associativas de jovens”.
PME (MBA/PVJ)// ANP
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