
A 21 de abril, segunda-feira de Páscoa, o mundo acordou com a morte do Papa Francisco aos 88 anos. O domingo de Páscoa foi a sua última aparição pública, onde Francisco deu a bênção a milhares de pessoas na Praça de São Pedro, a partir da mesma varanda onde foi apresentado ao mundo a 13 de março de 2013 como o 266.º Papa.
As reações à morte do papa Francisco no Canadá assinalaram a segunda-feira de Páscoa. Foram muitas as homenagens ao líder maior da Igreja Católica, que deixou um importante legado para os canadianos: o seu pedido de desculpas perante uma delegação indígena em Roma, em abril de 2022, e quase quatro meses depois, uma visita de seis dias ao país.
O Papa Francisco está a ser recordado pelos cerca de 11 milhões de católicos canadianos como um líder progressista, cuja abordagem ao papado ajudou a inaugurar uma nova era de relações com os indígenas e a tornar a Igreja mais sensível às suas bases.
A missa de segunda-feira, dia 21, de manhã na Catedral de São Miguel, em Toronto, foi dedicada a Francisco. Os fiéis presentes disseram que a sua memória era muito importante e associaram o Papa ao amor e à misericórdia.
As autoridades da Igreja também lamentaram a morte do Papa Francisco. O cardeal Frank Leo, arcebispo de Toronto disse que o papa foi um pastor com amor ao seu rebanho e um embaixador global da paz, esperança e amor.
A bandeira da Catedral em Toronto foi hasteada a meio mastro para assinalar o luto e o Conselho Escolar Católico do Distrito de Toronto também procedeu ao hastear das bandeiras em todas as escolas para homenagear o amor, coragem e serviço do ‘Papa do Povo’.
A partida do Papa revolucionário, como muitos o caracterizam, suscitou ainda reações de autoridades canadianas dos mais diversos setores.
Na política, os líderes dos partidos em campanha nas eleições federais iniciaram os seus primeiros discursos do dia a assinalar a morte do Papa Francisco.
Mark Carney, atual primeiro-ministro do Canadá e líder do Partido Liberal, falou do pedido de desculpas de Francisco às comunidades indígenas como um passo crucial para a reconciliação. Carney sublinhou ainda o apelo do Papa para “reintegrar os valores humanos nas vidas económicas”.
Pierre Poilievre, líder do Partido Conservador, observou que o Papa Francisco inspirou “milhões de católicos e não católicos” com sua liderança e fé.
Por sua vez, Jagmeet Singh, líder do NDP, recorreu às redes sociais para afirmar que o Papa Francisco mostrou ao mundo “que a fé pode ser uma força de justiça”.
O ex-primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, também recorreu às redes sociais para lamentar a morte do Papa Francisco e sublinhar o pensamento racional do líder da Igreja, que deixa um legado de inspiração e trabalho rumo à reconciliação.
Também nas redes sociais, Doug Ford, premier de Ontário, lamentou a morte do Papa, sublinhando que o legado de humildade, amor e compaixão de Francisco nunca será esquecido em todo o mundo.
No sindicalismo, Joe Mancinelli, Vice-Presidente Internacional da LiUNA e Diretor Regional para o Canadá Central e Oriental na LiUNA, lamentou a morte do Papa Francisco nas redes sociais. Mancinelli partilhou uma fotografia de um encontro seu com o Papa e sublinhou o legado de Francisco dedicado ao bem maior da humanidade.
Enquanto em todo o mundo surgem inúmeras reações à partida do Papa Francisco, incluindo em todo o Canadá, o Vaticano atravessa agora a necessidade de eleição do próximo Papa. Na lista de possíveis candidatos há um nome canadiano. O Cardeal Marc Ouellet, com 80 anos, liderou o influente escritório dos bispos do Vaticano por mais de uma década, supervisionando o principal centro de informações para potenciais candidatos à chefia de dioceses ao redor do mundo até 2023. Em 2019, Ouellet foi encarregado de investigar bispos acusados de acobertar padres abusadores.