
Uma nova sondagem da Leger para a Associação de Estudos Canadianos, divulgada a 11 de abril, sugere que 60% dos canadianos dizem que vão sentir pessoalmente os efeitos das tarifas dos Estados Unidos da América (EUA). Por sua vez, 18% afirmaram que não irão sentir e 22% afirmaram não saber.
Por faixas etárias, 63% dos canadianos com 65 anos ou mais afirmaram que sentirão os efeitos, em comparação com 57% com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos.
Com 64% e 66%, respetivamente, as pessoas em Ontário e Alberta foram as mais susceptíveis a relatos de que sentirão os efeitos das tarifas. No Quebec, 49% disse que não vai sentir o impacto.
A pesquisa indicou ainda que a maioria dos canadianos acredita que o Canadá deve reagir. A ideia de contra-tarifas foi a opção mais votada, com 17%, seguida de sanções sobre energia e redução de comércio com os EUA (9%) e expansão do comércio com outros países (8%). A sondagem sugere que apenas 5% dos inquiridos consideram que o Canadá não deve retaliar.
Os dados indicam ainda que a maioria dos participantes relatou que o seu nível de confiança nos americanos caiu para níveis nunca vistos. Mais de 50% dos canadianos disseram que não confiam nos americanos, quase o dobro dos canadianos que disseram o mesmo durante o mandato do antigo presidente Joe Biden.
Esta queda da confiança dos canadianos no país vizinho manifesta-se no setor de viagens e excursões aos EUA. Uma outra análise, da Statistics Canada, indicou que, em março, o número de canadianos que atravessaram de carro as fronteiras com os EUA caiu quase 32% em comparação com março de 2024, o terceiro mês consecutivo de quedas ano a ano e a queda mais acentuada desde a pandemia. As viagens por via aérea caíram 13,5% em relação ao ano anterior.
Esta queda começa a ter impactos nas vendas das lojas duty-free. A Frontier Duty Free Association indicou que as receitas caíram entre 40 e 50 % em todo o país desde o final de janeiro, com alguns pontos de passagem remotos a registarem quedas de até 80%.