Polémica: Cartaz separatista e pró-EUA em Alberta gera indignação

Foto: Facebook Benjamin Eble

Um cartaz afixado na via pública na cidade de Bowden, em Alberta, está a causar grande consternação entre os residentes. O espaço do outdoor utilizado tem vista para a autoestrada que liga Edmonton a Calgary.

O presidente da Câmara Municipal de Bowden, Robb Stuart, referiu que a situação é muito desagradável para os residentes, tendo inclusive recebido vários contactos de pessoas muito incomodadas. Stuart acrescentou que a cidade não deve ser envolvida nestas discussões, que denigrem a opinião dos residentes e de todos os canadianos, no geral, sobre Bowden.

O cartaz em causa apresenta uma fotografia da premier de Alberta, Danielle Smith, ao lado do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, juntamente com as palavras: “Diz à Danielle! Vamos juntar-nos aos EUA!”.

A empresa por detrás do anúncio, uma organização separatista do oeste canadiano chamada America Fund, informou que planeia colocar mais cartazes em toda a província nas próximas semanas.

O America Fund pede donativos em nome de ‘Canadianos para um 51.º Estado’ e é dirigido por Paul McGregor, do Alberta 51 Project, que promove a transformação de Alberta num estado norte-americano, e por Peter Downing, fundador do Wexit, atual Partido Maverick, um partido político que defendia a separação do Canadá Ocidental do resto do país.

A campanha é gerida pela Pathfinder Consulting Group Ltd, uma “empresa de marketing de guerrilha sediada no oeste do Canadá” e financiada por donativos de apoiantes. Outra das organizações de Downing, Alberta Fights Back, empregou táticas em 2019, quando comprou outdoors pedindo que Alberta “abandonasse o Canadá”, e em 2020, quando comprou outdoors com o rosto do primeiro-ministro Justin Trudeau e as palavras “Prendam-no!”.

Um porta-voz do grupo afirmou que o objetivo da campanha publicitária em curso é perceber se a premier de Alberta apoia que a província se torne o 51.º estado.

A 24 de fevereiro, Danielle Smith respondeu ao grupo durante uma conferência de imprensa.

“Não creio que haja muito entusiasmo em relação ao que diz o cartaz ou ao que o presidente tem estado a dizer”, disse. “É por isso que digo para continuarmos a ser o melhor parceiro comercial dos EUA e para continuarmos a ser uma nação soberana.”