O Governo do Canadá diz que todos os servidores públicos federais vão exigir comprovativos de vacinas para a Covid-19 até ao final de outubro aos funcionários públicos. Os incumpridores correm o risco de serem afastados das empresas. Justin Trudeau avisa que as medidas de viagens em vigor vão ser das mais fortes do mundo.
O anúncio oficial veio do primeiro-ministro Justin Trudeau na última quarta-feira e incluiu a vacinação obrigatória para viagens dentro do Canadá. Desde que fizeram a promessa, em agosto, os funcionários do Ministério das Finanças têm mostrado os detalhes do plano com os sindicatos, incluindo discussões sobre as consequências para os trabalhadores que recusam a vacinação.
A partir de 30 de outubro, a nova política exige vacinas para qualquer pessoa com pelo menos 12 anos que deseje viajar de avião ou comboio no Canadá, salvo raras exceções médicas.
Atenção que não é específico para funcionários federais. Para quem viajar em navios de cruzeiro também deve ser vacinado.
“O teste não é mais uma opção antes do embarque”, esclareceu Trudeau em conferência de imprensa.
“Para a vasta maioria das pessoas, as regras são muito simples. Para viajar, tem que ser vacinado.”
“Essas medidas de viagens, junto com a vacinação obrigatória para funcionários federais, são algumas das mais fortes do mundo. Quando se trata de manter toda a gente segura, quando se trata de evitar bloqueios para todos, não é hora para meias medidas”, acrescentou o primeiro-ministro do Canadá.
Significa que qualquer pessoa que deseje embarcar num avião ou comboio deve ter recebido uma segunda injeção de uma vacina aprovada pela Health Canada pelo menos 14 dias antes da viagem.
Atualmente, a Health Canada tem quatro vacinas aprovadas contra a Covid-19: a AstraZeneca, Pfizer-BioNTech, a Janssen e a Moderna.
Para os viajantes que estão em processo de vacinação, vai existir um curto período dentro do qual vão poder viajar, desde que ofereçam um teste válido dentro de 72 horas antes da viagem.
No entanto, a 30 de novembro, todos os viajantes vão precisar de vacinação completa antes de embarcar. Exceções limitadas estarão disponíveis para tratar de situações específicas, como viagens de emergência, e serão estendidas a quem não puder ser vacinado do ponto de vista médico.
A partir de 15 de novembro, ações disciplinares, incluindo demissões, vão estar em cima da mesa, contra funcionários que fornecerem atestados falsos.
Aqueles que falsificarem informações ou deixarem de cumprir a nova política federal de vacinas provavelmente enfrentarão multas.
As empresas ferroviárias podem enfrentar multas de até 250 mil dólares, por dia, de acordo com a Lei de Segurança Ferroviária.
No setor aéreo, os viajantes ou funcionários podem ser multados em até 5 mil dólares, de acordo com a Lei da Aeronáutica, enquanto os operadores podem receber 25 mil dólares em multas.
No setor marítimo, os funcionários e viajantes podem enfrentar multas de até 250 mil dólares por infração, por dia. Para as operadoras, as multas podem chegar também aos 250 mil, de acordo com a ordem provisória do Canada Shipping Act de 2001.
O Governo está a trabalhar com aeroportos, companhias aéreas e ferroviárias para desenvolver as próprias políticas de vacinas obrigatórias até ao final do mês.