Defensores do Projeto de lei 21 querem livre expressão religiosa no Quebec

Foto: Anna Shvets/Pexels
Foto: Anna Shvets/Pexels

Há quem defenda a revisão do projeto de lei 21, da província do Quebec, após o mais recente ataque terrorista a uma família muçulmana na cidade de London, em Ontário. Essa lei proíbe qualquer funcionário do Governo, incluindo juízes, polícias ou até mesmo professores, de usar símbolos religiosos no trabalho.

O mais recente trágico ataque islamofóbico a uma família muçulmana na cidade de London, na província de Ontário, criou mais alarido sobre o projeto de lei 21, atualmente aprovado no Quebec.

Grupos defensores vêm agora falar mais alto e pedir que o Governo federal reconsidere o polémico projeto de lei que proíbe qualquer funcionário do Governo de usar símbolos religiosos no trabalho. Isso inclui profissões como juízes, polícias ou até mesmo professores.

Embora o projeto de lei apenas funcione na província do Quebec, defensores mostram-se preocupados pela lei que pode ter como alvo as comunidades muçulmanas. E pedem que o Governo federal intervenha no caso.

O grande debate sobre a islamofobia no Canadá começou após o fatal tiroteio na mesquita do Quebec, há quatro anos. Desde então, os federais adicionaram mais grupos extremistas à lista de terroristas do Canadá e criaram um Fundo de Resiliência da Comunidade para recolher dados e lidar com a radicalização que leva à violência no país.

No entanto, apesar de discordar com o projeto de lei 21, o primeiro-ministro Justin Trudeau disse recentemente que cabe ao povo do Quebec desafiar e defender os direitos individuais em tribunal.

Sendo o Canadá um país democrático, os canadianos prezam as liberdades que vêm com a Carta de Direitos e Liberdades. E os defensores garantem que o direito à expressão religiosa não deveria ser retirado nem dos quebequenses nem dos restantes cidadãos no Canadá. Eles acreditam que o projeto de lei 21 se destina às minorias religiosas e cria o que chamam de “cidadania de segunda classe”.

Mais acrescentam dizendo que o projeto de lei tornou difícil a vida de certas minorias no Quebec, fazendo inclusive com que algumas mudassem de província.

Como apelo ao primeiro-ministro para que o projeto de lei termine na província de língua francesa, e que não seja aprovado em mais nenhuma província, os grupos defensores pedem um maior diálogo com o Governo do Quebec sobre o que classificam de “prejudicial” às convicções religiosas dos cidadãos.