DECLARADO INTERESSE PÚBLICO DO LICEU MARIA AMÁLIA E DA CONFEITARIA NACIONAL EM LISBOA

Lisboa, 19 out 2020 (Lusa) — O edifício do antigo Liceu Feminino Maria Amália Vaz de Carvalho e a Loja Confeitaria Nacional, ambos em Lisboa, foram classificados como monumentos de interesse público, de acordo com portarias publicadas hoje no Diário da República.

Além destes dois monumentos, outras duas portarias da Secretaria de Estado do Património Cultural, hoje publicadas, classificam como monumentos de interesse público a Ourivesaria Barbosa e Esteves, na freguesia de Santa Maria Maior, e o Palacete dos Condes do Alto de Mearim, na freguesia de Santo António, ambos em Lisboa.

O antigo Liceu Feminino Maria Amália Vaz de Carvalho, na freguesia das Avenidas Novas, foi instituído por decreto régio de 1906 (então designado Liceu Maria Pia), tendo sido o primeiro liceu feminino do país e, a partir de 1933, “o primeiro a ocupar um edifício construído de raiz para esta finalidade, num projeto da autoria de Miguel Ventura Terra, com algumas alterações introduzidas por António do Couto de Abreu”.

Trata-se de “um modelo construtivo simples e funcional, denotando clara influência dos modelos franceses dos lycée, e constituindo, pela sua racionalidade e amplitude, um caso exemplar das construções escolares femininas”, é destacado na portaria.

Quanto à Confeitaria Nacional, constituída por piso térreo e primeiro andar, na freguesia de Santa Maria Maior, foi fundada em 1829, em plena guerra civil entre absolutistas e liberais, tendo conseguido “rapidamente, transformar o espaço – único no seu género – num dos lugares de eleição das elites lisboetas”.

Apesar de terem sido realizadas remodelações posteriores, “o património integrado dessa época permaneceu no estabelecimento”, tendo também sido preservados o mobiliário e as pinturas que decoram o teto da loja desde o século XIX.

A Ourivesaria Barbosa e Esteves, incluindo a cave e o património integrado, está localizada na Rua da Prata, desde 1890, num prédio edificado logo a seguir ao terramoto de 1755, sendo detida pela mesma família desde a sua fundação.

“A ourivesaria foi alvo de diversas obras que lhe conferiram o aspeto que se manteve até à atualidade. As mais significativas tiveram lugar entre 1927 e 1932, segundo projeto dos arquitetos Luís da Cunha e José Ângelo Cottinelli Telmo, e, depois, entre 1974 e 1979, quando o estabelecimento foi ampliado sob a direção do engenheiro Augusto Relvas Pires, passando, então, a ocupar também o espaço de uma antiga leitaria e a dispor de um piso em cave construído com requisitos especiais de segurança para acolher o cofre e uma sala de exposição”, é descrito na respetiva portaria.

O Palacete dos Condes do Alto Mearim, assim como o seu jardim e património integrado, na freguesia de Santo António, é classificado como monumento de interesse público por ser “representativo de uma tipologia urbanística e arquitetónica marcadamente burguesa, datável das últimas décadas do século XIX”, tendo sido objeto de alterações posteriores “que, sem preterir o caráter tardo-romântico, acentuaram a nobreza deste edifício eclético”.

Numa outra portaria, é revista e ampliada a zona especial de proteção (ZEP) da Quinta de Valflores, em Santa Iria de Azoia, no concelho de Loures e distrito de Lisboa, já classificada como imóvel de interesse público.

O imóvel, “implantado a meio da encosta, sobre o vale, dominando a vila e virado para o Tejo”, tem um palácio que “é considerado um dos melhores exemplares da arquitetura civil quinhentista da região de Lisboa”, refere o diploma.

 

RCS // ROC

Lusa/fim