COVID-19: GOVERNO SÃO-TOMENSE PRORROGA ESTADO DE ALERTA POR MAIS UM MÊS

São Tomé, 16 out 2020 (Lusa) – O Governo são-tomense prorrogou por mais um mês a situação de alerta que vigorava no país há 15 dias, devido à pandemia de covid-19, anunciou hoje o ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Wando Castro.

A medida foi decidida em Conselho de Ministros esta quinta-feira, sendo justificada pelo executivo com “a constatação de uma pequena variação dos casos positivos de covid-19 nos últimos dias, em função do aumento de casos importados”.

Apesar de a pandemia do novo coronavírus “estar controlada” no país, a conjuntura da doença ao nível internacional obriga o executivo a “manter essa medida de prevenção interna”.

“Naturalmente que estamos a par da evolução do vírus além fronteira, sobretudo na Europa e nalguns países da África, mas internamente a situação está aparentemente controlada, estável e, portanto, vamos manter por mais 30 dias o estado de alerta, mantendo em vigor também as medidas anunciadas anteriormente”, explicou Wando Castro.

O Governo congratula-se com o facto de não haver internamentos no hospital de campanha, a estagnação da taxa de letalidade – o último óbito por covid-19 foi registado em 27 de julho passado – e também porque atualmente há apenas 18 pessoas contaminadas em isolamento domiciliar. Estão contabilizados até esta sexta-feira 929 casos acumulados, dos quais 15 mortos, e 896 pessoas recuperadas.

A Região Autónoma do Príncipe continua sem registos oficiais de casos positivos nos últimos três meses.

Wando Castro referiu a existência de “casos positivos e pequenos focos de contágio que estão a ser acompanhados pelas equipas de vigilância do Ministério da Saúde”.

Por isso, as autoridades mantêm em vigor “algumas medidas, de âmbito sanitário até ao dia 15 de novembro”.

Entre essas medidas, destaca-se o uso obrigatório de máscaras apenas nos espaços fechados, recintos escolares e nas viaturas públicas e privadas, salvo se o condutor for o único ocupante.

A higienização das mãos antes da entrada nas instituições públicas e privadas de acesso público e as restrições ao nível do funcionamento do comércio geral, dos restaurantes, cafés, padarias e pastelarias continuam em vigor no próximo mês.

Mantém-se também a proibição de festas populares e do funcionamento das discotecas, por causa do alto risco de contágio que essas atividades encerram.

No que toca aos setores mais afetados pela pandemia, o Governo decidiu que, até dezembro de 2020, “os trabalhadores subordinados e por conta própria, afetos aos setores do turismo e afins, hotelaria, restauração, artistas e profissionais músico-culturais e de artesanato, continuarão a beneficiar da compensação remuneratória e da moratória bancária e de água e energia elétrica”.

Em África, há 39.403 mortos confirmados em mais de 1,6 milhões de infetados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

Angola regista 228 óbitos e 7.096 casos, seguindo-se a Guiné Equatorial (83 mortos e 5.068 casos), Cabo Verde (79 mortos e 7.444 casos), Moçambique (73 mortos e 10.392 casos), Guiné-Bissau (41 mortos e 2.389 casos) e São Tomé e Príncipe (15 mortos e 929 casos).

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de mortos (mais de 5,1 milhões de casos e 152.460 óbitos), depois dos Estados Unidos.

MYB // JH

Lusa/fim