TORONTO: POBREZA INFANTIL ESTÁ A AUMENTAR

As instituições de solidariedade social de Toronto pretendem um maior envolvimento da próxima gestão autárquica na resolução da pobreza infantil na cidade (Direitos Reservados)
As instituições de solidariedade social de Toronto pretendem um maior envolvimento da próxima gestão autárquica na resolução da pobreza infantil na cidade (Direitos Reservados)
As instituições de solidariedade social de Toronto pretendem um maior envolvimento da próxima gestão autárquica na resolução da pobreza infantil na cidade (Direitos Reservados)
As instituições de solidariedade social de Toronto pretendem um maior envolvimento da próxima gestão autárquica na resolução da pobreza infantil na cidade (Direitos Reservados)

A pobreza infantil está a atingir níveis considerados incontroláveis em Toronto, com 29 por cento das crianças – cerca de 149 mil – a viverem em famílias com baixos rendimentos, de acordo com informações divulgadas na semana passada por ativistas comunitários e instituições de solidariedade social.
Entre as 13 maiores cidades canadianas, a capital do Ontário e Saint John, em New Brunswick, são aquelas que apresentam uma taxa de pobreza infantil mais elevada Em Toronto, 40 por cento dos 140 bairros da cidade, apresentam uma taxa de pobreza infantil superior a 30 por cento, segundo o relatório agora divulgado e que tem como base a análise da informação fiscal relativa a 2012, compilada pela Statistics Canada.
As disparidades entre os bairros são enormes, variando entre 5 por cento, em Leaside, Lawrence Park e Kingsway, e os 50 por cento ou mais, em Regent Park, Moss Park e Thorcliffe Park. Os dados permitem ainda concluir que a população de origem ou descendência africana, asiática, do Médio Oriente, das Caraíbas e da América Latina, é a que está mais susceptível de viver em pobreza.
Mais preocupante é que, após um decréscimo verificado entre 2004 (32 por cento) e 2010 (27 por cento), a pobreza infantil está de novo a aumentar em Toronto.
O grupo de instituições de solidariedade social, entre as quais se incluem a Alliance For A Poverty-Free Toronto, Children’s Aid Society Of Toronto, Family Service Toronto e Social Planning Toronto, considera que para enfrentar o problema é necessária uma forte liderança municipal, tendo solicitado aos candidatos à presidência da câmara da maior cidade do Canadá que digam como se propõem enfrentar a situação.
“Queremos ter a certeza que os candidatos, quer à presidência da câmara, quer à assembleia municipal, reconhecem a gravidade e a importância deste problema”, declarou Laurel Rothman, do Family Service Toronto. “Este é o momento em que o próximo presidente da câmara tem de pegar neste trabalho e apresentar resultados”.
A análise feita por estas instituições faz parte de um relatório mais detalhado, cuja divulgação deverá ocorrer no outono, numa altura em que a autarquia está a preparar o plano estratégico para os próximos anos “O fato de estarmos a observar um aumento do número de crianças que vivem em famílias com baixos rendimentos, em 2011 e 2012, é muito preocupante”, considera Michael Polanyi da Children’s Aid Toronto.
“Pensavamos que, a saída do período económico negativo se ia traduzir numa melhoria da qualidade de vida das crianças, mas não é isso que está a acontecer”.
O relatório agora divulgado é o primeiro desde o apresentado em 2008 pela Children’s Aid Society Of Toronto, que apenas analisou a Área Metropolitana de Toronto.
A análise é baseada no LIM-AT (índice de baixo rendimento após impostos) que é aplicado às famílias que vivem na cidade e que têm menos de metade do rendimento médio familiar deduzidos os impostos.
Em 2010, o LIM-AT para uma pessoa a viver sozinha foi de 19 460 dólares e de 27 521 dólares para uma pessoa com um filho. Para uma família de quatro pessoas foi de 38 920 dólares.
“Esta é a cidade com mais pobreza, mas também a que tem maior riqueza e oportunidades”, lembrou Rothman.
“Precisamos de garantir que a riqueza e as oportunidades sejam repartidas de forma ampla e abrangente”.
Os dados compilados por estas instituições de solidariedade social não são comparáveis com os Provinciais e os Federais, uma vez que a base de análise destes é o CENSUS e o Inquérito da Dinâmica do Trabalho e Rendimento.