Mais uma vez, a ordem do dia é caracterizada pela guerra entre israelitas e palestinianos. Muitas crianças, muita gente inocente já perdeu a vida nos últimos dias devido a um conflito sem solução, precisamente porque a génese perde-se na história e ultrapassa todas as boas vontades do presente. A região da Palestina é a zona do mundo mais densamente povoada, a mais conflituosa, aquela que pela tradição sempre conheceu problemas pela dependência e gestão da água e hoje alargados ao petróleo.
A religião sempre esteve na base dos conflitos. Toda aquela zona é reclamada como sendo o berço das três maiores religiões monoteístas: cristianismo, judaísmo e islamismo. A história moderna começa com o final da I guerra mundial. O império otomano era até então a potência dominante daquela região. Mas fruto da derrota, a par dos impérios da Europa central, toda a geografia se alterou. Inglaterra e França foram os novos donos e senhores, governando novos Estado entretanto criados.
Com o final da II guerra mundial, novo figurino foi desenhado para toda a zona. A Inglaterra e a França perderam toda a influência para os Estados Unidos e, em 1948, foi criado o Estado de Israel. Juntou-se tudo o que era antagónico para manter viva a chama da guerra. O que era considerado o centro espiritual de religiões, passou também a ser área estratégica de negócios com o petróleo a dominar todas as atenções.
Hoje, ensina-se a lutar pela sobrevivência, a morrer por causas incompreensíveis e pelo meio cada qual com o seu Deus único e todopoderoso sem capacidade de impor a paz. A paz que só chega de vez em quando é imposta por terceiros. Chamam-lhe tréguas, mas é o melhor exemplo das incapacidades e da intolerância. Por todo o mundo se reza, cada qual com o seu Deus, para pôr termo ao conflito. Mas parece não haver Deus suficiente que ponha fim à morte de crianças e inocentes que nunca chegaram a pronunciar nem interpretar a palavra Deus.
Mais de metade da população da faixa de Gaza não tem água potável. A eletricidade, essencial para socorrer tanta desgraça, desaparece debaixo dos bombardeamentos. Todos se interrogam, porquê tanto sofrimento? As respostas são dúbias porque enquanto o conflito estiver concentrado naquela faixa, a guerra apenas é vista pela TV. É como se fosse uma série policial. Israel diz-se preparado para conflitos prolongados. Do lado árabe vêm os incentivos à destruição do Estado de Israel. A paz e a religião são coisas que não combinam aqui.
A Direção