
Macau, China, 20 nov (Lusa) – Os crimes de burla e de usura aumentaram em Macau 24,1% e 26,7%, respetivamente, entre janeiro e setembro deste ano, relativamente a igual período de 2017, anunciou hoje o secretário para a Segurança, em conferência de imprensa.
No total de 6.525 casos de ‘crimes contra o património’ registou-se “um aumento significativo” de crimes de burla, 871 casos, ou mais 169, o que representa uma subida de 24,1% em relação aos 702 do período homólogo do ano passado, afirmou Wong Sio Chak, na apresentação do balanço dos dados da criminalidade em Macau entre janeiro e setembro últimos.
Por outro lado, os crimes de usura, ou agiotagem, registaram “uma subida de 85 casos para um total de 403”, ou 26,7%, disse.
As autoridades registaram também “189 e 205 crimes de furto praticados por carteiristas nas vias públicas e nos transportes públicos” no período, o corresponde a um aumento de 45 e 73 casos, respetivamente, em comparação com os primeiros nove meses de 2017.
O responsável sublinhou que a polícia de Macau instaurou 10.559 inquéritos criminais, o que representa um “decréscimo de 192 casos da criminalidade geral em Macau”, uma descida ligeira de 1,8%, enquanto os crimes de violência grave diminuíram 142 casos, ou 23,9%.
Os crimes de rapto, de homicídio ou de ofensas graves à integridade física mantiveram-se em zero, indicou Wong Sio Chak, para concluir que a situação de segurança dos primeiros nove meses do ano em Macau “continua a manter um ambiente estável”.
Entre janeiro e setembro passados, a polícia de Macau instaurou 10.559 inquéritos criminais, o que representa uma diminuição de 192 casos em comparação a igual período de 2017. Em termos de criminalidade violenta, as autoridades registaram 452 casos, menos 23,9%, relativamente aos 594 casos verificados nos nove primeiros meses do ano passado.
No balanço foi ainda destacado o aumento dos casos de delinquência juvenil. No período em análise, foram registados 40 casos, ou mais 10 casos comparativamente aos 30 verificados em igual período de 2017. As autoridades registaram o envolvimento de 64 jovens, o que representa um aumento de 29 jovens em relação ao período homólogo.
Sobre o ajustamento e desenvolvimento do setor do jogo na região administrativa especial chinesa, o secretário para a Segurança afirmou não existirem “até agora, quaisquer consequências negativas para a situação de segurança em Macau”.
Wong Sio Chak sublinhou que “apesar dos grandes interesses induzidos pelo jogo”, nada legitima a previsão de que o “futuro desenvolvimento do setor do jogo possa acrescentar fatores de instabilidade para a segurança” do território.
No período em análise, a polícia instaurou 232 processos por crimes de sequestro, o que representa uma descida de 107 casos em comparação com 339 casos registados no período homólogo do ano passado, numa descida de 31,6%. Destes, 218 casos foram originados pelo crime de usura, verificando-se também uma descida de 34,7%, contra 334 processos instaurados no mesmo período do ano passado.
Dos 403 processos pelo crime de usura (agiotagem), 390 estão relacionados com o jogo, o que representa uma subida de 24,2%, comparativamente com os 314 casos do período homólogo do ano passado, uma subida de 76 casos numa subida de 24,2%, quando comparados com os 314 casos no período homólogo de 2017.
O secretário para a Segurança indicou que a maior parte dos crimes relacionados com o jogo são de “natureza transfronteiriça e altamente organizados” pelo que as autoridades de Macau vão continuar a “reforçar o intercâmbio e a cooperação policial entre a China, Hong Kong, regiões vizinhas e países estrangeiros”.
As autoridades destacaram ainda a realização, entre 15 de maio e 15 de agosto, da operação “Trovoada 18”, durante a qual foram detidos mais de 100 elementos de uma organização criminosa, na maior detenção de membros de um grupo criminoso em 18 anos.
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