
O secretário-geral da ONU, Ban Kimoon está preocupado e as Nações Unidas não vão permitir que um genocídio como o de 1994 no Ruanda, se repita no Sudão do Sul, palco desde meados de dezembro de um conflito acompanhado de massacres étnicos, assim fez saber o conselheiro especial da ONU para a prevenção do genocídio, no final de uma visita ao país.
Para Adama Dieng, instigações ao ódio e matanças com bases étnicas no Sudão do Sul fazem temer que o conflito resvale para uma violência grave que escapa a qualquer controlo e tendo exercido funções no Tribunal Penal Internacional para o Ruanda, chamou a atenção para a necessidade de os responsáveis pelos crimes serem punidos.
Dieng e a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, terminaram um périplo de dois dias ao Sudão do Sul, durante o qual estiveram com o presidente Salva Kiir e o seu antigo vice-presidente Riek Machar, cujas tropas se defrontam desde 15 de dezembro.
Para estes dois observadores, a comunidade internacional deve pressionar os dirigentes políticos do país para que deixem de liderar o seu povo no caminho da autodestruição.
Pillay diz ter ficado chocada com a aparente indiferença demonstrada pelos dois líderes em relação ao risco de fome quando levantou a questão.
De acordo com números da UNICEF, mais de 9.000 crianças foram recrutadas para as forças armadas dos dois campos, o que constitui crimes de guerra e 32 escolas estão ocupadas pelas tropas dos dois lados, duas dezenas de centros de saúde foram atacados, numerosas mulheres e raparigas foram violadas ou raptadas e foram mortas crianças entre os civis massacrados quer pelo exército quer pelas forças pró-Machar.
